Benfica suspende venda de bilhetes para o clássico
O Benfica e o Sp. Braga foram punidos com um jogo à porta fechada. Se cumprirem castigo como fica a situação dos clubes e dos adeptos? Quanto perdem os clubes em bilheteira? Os adeptos que já compraram lugar anual podem reaver dinheiro do bilhete?
Primeiro que tudo. Jogar à porta fechada significa não vender bilhetes e jogar sem público. Por norma a bilheteira de um clássico na Luz (Benfica-FC Porto é o próximo jogo dos encarnados em casa) rende aos cofres do clube cerca de 1, 3 milhões de euros, embora mais de 60% desse valor já tenha sido "adiantado" pelo adeptos com direito a lugares anuais e camarotes.
Para já, o Benfica anunciou esta terça-feira que suspendeu a venda de bilhetes para o clássico, que estava prevista arrancar quarta-feira, dia 26 de setembro.
Como a situação é inédita para os lados da Luz, fonte do clube disse ao DN que ainda não sabe como o clube vai reagir posteriormente. Por não ser um jogo qualquer o clube pode optar por devolver o dinheiro de um bilhete ou oferecer outro que não tenha entrado no pacote anual.
Entretanto, o clube vai entregar uma providência cautelar no Tribunal Arbitral do Desporto (TAD), como intuito de suspender o castigo de um jogo à porta fechada. Tal como o Sp. Braga, de resto.
A receita caseira do Sp. Braga é relativamente inferior à do Benfica. O Municipal de Braga tem capacidade para cerca de 30 mil espetadores e uma receita máxima de 600 mil euros, valor que num jogo com o Rio Ave não se deve atingir. Para já, "por o processo ainda não estar terminado" e o clube acreditar que não vai haver jogo à porta fechada, os guerreiros do Minho, quando confrontados pelo DN, não quiseram fazer contas aos eventuais prejuízos de bilheteira.
No caso do Paços de Ferreira, que também foi castigado com um jogo à porta fechada, o clube aceitou o castigo e cumpriu-o na Taça da Liga, com o Dep. Aves. Por isso, os adeptos com lugar anual não saíram prejudicados, visto que a partida não estava incluída na venda de lugares anuais de início de época.
Segundo disse ao DN o secretário-técnico do clube, Paulo Gonçalves, "o problema de jogar à porta fechada é a falta de apoio dos adeptos", visto que "a bilheteira não é tão expressiva assim". Ainda mais num jogo da Taça da Liga onde os bilhetes custam cinco euros e o jogo em questão foi com o Aves: "Se fosse com um grande [FC Porto, Benfica ou Sposting] ainda podia fazer mossa. Assim ficou ela por ela, visto que não houve encargos com a segurança..."