O juiz do processo, a correr trâmites na 1.ª Secção do 5.º Juízo do Tribunal do Trabalho de Lisboa, tinha avançado com a marcação do julgamento para a última semana de Setembro, mas a incompatibilidade de agenda do mandatário da Benfica, Futebol SAD no processo motivou o pedido de adiamento, de acordo com fonte do clube..A Benfica, Futebol SAD sugeriu 10, 11 e 12 de Outubro como datas possíveis para a realização da sessão de julgamento e o magistrado irá agora proceder a nova marcação, comunicando posteriormente às partes em litígio o dia escolhido..Os advogados da Benfica, Futebol SAD e de Miguel participaram na audiência de partes de 13 de Dezembro de 2010 e pediram ao juiz que lhes fosse concedidos 10 dias para tentativa de acordo, que acabou por não acontecer..O julgamento esteve marcado para 23 de Fevereiro deste ano, mas, de comum acordo, os advogados de defesa e de acusação voltaram a pedir uma suspensão, desta feita por 60 dias, com o mesmo propósito..O período de suspensão acabou por arrastar-se por cinco meses, sem que as partes tivessem chegado a um entendimento para ultrapassar o diferendo..Miguel rescindiu o contrato com o Benfica em Agosto de 2005 para se transferir para o Valência por 7,5 milhões de euros, mas a Benfica SAD considerou que o jogador quebrou o vínculo contratual..Na salvaguarda dos seus interesses, a sociedade desportiva do Benfica recorreu para a Comissão Arbitral Paritária (CAP), órgão formado por elementos indicados pela Liga e pelo Sindicato dos Jogadores, destinado a dirimir conflitos laborais entre jogadores e clubes..A 22 de Agosto de 2005, a CAP reconheceu a razão à Benfica SAD, considerando que "não assistia justa causa" a Miguel "para rescindir unilateralmente o contrato"..Fora da esfera de jurisdição disciplinar do futebol, Miguel intentou uma acção de anulação da decisão da CAP junto do Tribunal Cível de Lisboa..Na sentença proferida a 1 de Março de 2006, o tribunal entendeu "não ter sido cumprido determinado requisito processual" e anulou a decisão da CAP..A Benfica Futebol SAD interpos então um processo no Tribunal do Trabalho contra Miguel e o empresário Paulo Barbosa, pedindo indemnizações aos dois pela quebra contratual..Além de reclamar ao jogador uma indemnização de sete milhões de euros, a Benfica SAD pedia para ser ressarcida em cinco milhões de euros por Paulo Barbosa, "em regime de solidariedade", mas o tribunal entendeu não levar a julgamento o empresário.."A decisão da CAP, ora anulada, revelou-se apenas para efeitos desportivos, pelo que em nada afecta a acção laboral que a Benfica SAD interpôs contra o jogador e o seu empresário", fundamentou a Benfica SAD, justificando a acção no Tribunal do Trabalho..O internacional Miguel, que continua vinculado ao Valência, integrou os quadros do Benfica de 2000 a 2005.