Benfica no quarto das angústias após ficar em branco frente ao Vitória
A jogar em casa, depois de três jogos em que só tinha conseguido dois pontos, o Benfica entrou cheio de força. Atacou muito e quase sempre bem, defendeu-se de forma muito capaz. Mas o quase, aqui, é o que faz a diferença toda: quase marcou muitas vezes, demasiadas vezes. E não marcou em nenhum dos mais de 20 remates, acabando empatado 0-0 com o Vitória, que até podia ter marcado praticamente no último lance do jogo.
Com Darwin no banco, Seferovic foi um jogador expedito: rematou muito. Mas não acertou nas redes. Nem ele, nem Everton, nem Pizzi, nem Vertonghen, que deu outra arma pouco comum neste Benfica. As bolas paradas.
A primeira parte jogou-se neste ritmo: o Benfica a atacar e a rematar muito (16 remates, três na baliza), o Vitória muito agarrado à defesa, quase sem presença ofensiva (um remate desenquadrado).
Na segunda parte, a equipa de João Henriques quis manter o estatuto de imbatível fora de casa - que partilha com o líder Sporting, esse imbatível de todo na Liga. Pressionou mais alto e reduziu o espaço para as subidas de Gilberto e as combinações nos corredores interiores.
O Benfica, ainda assim, continuou a ter poder de fogo, mas com pólvora seca. Isso ficou cabalmente comprovado nos minutos finais. Numa boa combinação ofensiva, Gonçalo Ramos amorteceu para o remate de Pedrinho à entrada da pequena área. Solto, o brasileiro acertou no céu (90"+3").
Depois, claro, o Benfica quase perdia o jogo. Edwards, que tinha feito o único remate do Vitória à baliza (de longe, fácil para Vlachodimos), teve nos pés o triunfo. Mas o remate saiu a centímetros do poste da baliza do Benfica.
Em 51 pontos, o Benfica conquistou 34 nas 17 jornadas da primeira volta do campeonato. Nas últimas quatro jornadas, empatou três vezes e perdeu uma (na segunda-feira, em Alvalade). Marcou dois golos e sofreu três.
A equipa de Jorge Jesus caiu para o 4.º lugar, com 34 pontos (e pode ser igualada pelo Paços, que recebe esta noite o Tondela), sendo ultrapassado pelo Sp. Braga, que soma 36 pontos depois de ter batido na quinta-feira o Portimonense (2-1).
Na frente, o Sporting não só confirma, como sublinha a candidatura ao título: aproveitou o empate do FC Porto no Jamor (0-0 com o Belenenses) para esticar a vantagem. Entra na segunda volta com mais seis pontos do que os dragões, nove do que o Braga e 11 do que o Benfica.