Belmiro quer investimento público mais disperso

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Seria preferível para Portugal ter muitos projectos de investimento público do que apenas dois de valor avultado, como é o caso do novo aeroporto de Lisboa e a rede de alta velocidade.

Quem o defende é Belmiro de Azevedo, presidente não executivo do grupo Sonae, que ontem participou no Fórum da Competitividade, realizado em Lisboa, e onde se debateu o Orçamento do Estado (OE) para 2009. "Eu preferia 300 investimentos de 100 milhões a 200 milhões cada um do que dois investimentos que levam 'biliões' largos porque é equipamento importado, é mão-de-obra muitas vezes importada", explica Belmiro que aplaudiu também a descida do IRC por ter efeito directo no investimento.

Já Vítor Bento, economista e presidente da SIBS, criticou a previsão de encargos com as subconcessões rodoviárias no OE, afirmando que "estamos a transgredir o contrato de solidariedade intergeracional". Vítor Bento questiona mesmo a utilidade das novas estradas", considerando "excesso de voluntarismos e até teimosia" do ministro das Obras Públicas. Vítor Banto criticou ainda o aumento do salário mínimo 5,6% para 2009. "Vai ser um erro político porque vai criar condições para o desemprego crescer mais", diz.
 
O economista José Silva Lopes disse por seu lado que o alto endividamento externo português e a concessão do aval aos bancos no valor de 20 mil milhões de euros vão aumentar o risco de crédito do País e encarecer o financiamento. Portugal tem gasto muito mais do que poupa, diz o economista, chamando a atenção para que o défice externo deverá ficar, em 2009, acima dos 10% do PIB.

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