Belenenses e Agronomia disputam final da Divisão de Honra

Apenas oito meses depois de se encontrarem na final da última edição do campeonato, azuis e agrónomos voltam a discutir entre si na tarde de amanhã, sábado, em Monsanto, o título nacional 2018/19. Poderá ser o oitavo para os do Restelo (atuais campeões em título) ou apenas o segundo para a equipa da Tapada da Ajuda.
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Se a tradição ou mesmo os mais recentes dados estatísticos decidissem jogos, então a final da Divisão de Honra de amanhã (campo do Grupo Desportivo de Direito, em Monsanto, 14.45, com transmissão na SportTV2) entre Belenenses e Agronomia seria uma partida já com vencedor antecipado, uma espécie de passeio para o quinze do Restelo. É que os azuis não só venceram as duas finais da prova disputadas entre estas equipas (2008 e 2018), como já nesta temporada - na qual ganharam a fase regular do campeonato com 50 pontos, mais quatro que os agrónomos - derrotaram o seu rival nos encontros das duas voltas: 29-12 em casa e 17-16 na Tapada.

Mas felizmente para todos, o jogo que decidirá o 61.º campeão nacional de râguebi será discutido apenas em campo, sem recurso ao passado ou a números mais ou menos significativos, durante 80 minutos de combate duro, intenso mas leal, onde contarão o valor dos atletas, a sua atitude e entrega, o plano de jogo e o modelo tático adotado por cada quinze, a inspiração deste ou daquele jogador e, como acontece muitas vezes, poderá ser mesmo resolvido em pormenores que se revelarão afinal determinantes.

E se as duas avançadas se equivalem em poder e qualidade (ambas têm três internacionais portugueses e nas duas primeiras-linhas titulares apenas encontramos jogadores estrangeiros de bom nível), serão as linhas atrasadas, recheadas de jogadores jovens de elevado potencial e, se para aí virados, capazes de produzir lances de pura magia, a dar um fantástico colorido à final. Que até poderá ser resolvida em pontapés, nos quais os pés de José Rodrigues e Manuel Marta (com o excelente João Freudenthal no banco azul como opção) costumam ser de uma tremenda eficácia. E também neste departamento os dois quinzes são tão siameses...

Para os lados de Agronomia certamente que o foco da preparação para o encontro terá sido esquecer o seu negro estatuto de equipa mais perdedora em finais de campeonato - disputou sete vezes o jogo decisivo e perdeu seis delas, as duas últimas precisamente em 2017 e 2018 pelo que tentarão, na terceira final consecutiva, sair por fim a sorrir.

E foi com essa determinação que o seu treinador Frederico Sousa surgiu na conferência de imprensa de antevisão da partida realizada esta manhã - onde estiveram igualmente os capitães Tomás Gonçalves (Agronomia) e Vasco Poppe (Belenenses), na foto -, ao mostrar-se ciente da responsabilidade da ocasião, e mesmo admitindo estar a equipa numa fase de transição - "de uma época para outra saíram 12 jogadores", acrescentou - admitiu estar o grupo "tranquilo e confiante em fazer um grande jogo. Temos sido competitivos e tenho muito orgulho naquilo que temos vindo a fazer com os novos jogadores e com as conquistas já alcançadas e que tinham sido propostas para este ano".

Já João Mirra, treinador do Belenenses, admitiu "não haver pressão" pelo facto de ser o campeão nacional em título, e que a presença na final sempre foi o objetivo máximo da época: "Propusemo-nos, desde que começámos o ano passado com este grupo um novo processo, a estar regularmente nas fases de decisão, sejam finais de campeonato ou da Taça de Portugal. Ser campeão dá-nos mais confiança e não mais responsabilidade. Essa é continuar a vestir a camisola do Belenenses", frisou.

Recorda-se que os azuis já foram campeões nacionais por sete vezes (1959 logo na edição inaugural, 1963, 1973, 1975, 2003, 2008 e 2018) contra apenas um título para Agronomia (2007).

Esta será, como já referimos, a terceira vez que as duas equipas se defrontam numa final do campeonato: em 2008 os do Restelo venceram por 22-21 (graças a um ensaio de William Hafu já para lá dos 80 minutos) e na última edição (em final realizada a 22 de setembro no início da época em curso) por 17-9 numa partida com um único ensaio marcado pelo asa azul David Wallis).

Também na antevisão da partida o Presidente da Federação Portuguesa de Rugby, Carlos Amado da Silva, explicou a decisão, tomada à última hora, de fazer realizar a final no campo do Grupo Desportivo de Direito, em Monsanto, face à impossibilidade de utilizar diversas outras alternativas. E apesar "das condições de segurança não serem reconhecidamente ali as ideais", informou estar o campo "a sofrer arranjos para que tudo corra da melhor forma". E concluiu pedindo aos adeptos da modalidade para "comparecerem em massa" numa final que espera seja um jogo "onde ambas as equipas possam mostrar um espetáculo de grande qualidade e sobretudo com um comportamento exemplar dentro e fora do campo como é, afinal, apanágio do râguebi", acrescentou.

Lista dos campeões nacionais de râguebi: CDUL, 20 títulos; Direito, 11; Benfica, 9; Belenenses, 7; Dramático de Cascais, 6; Académica, 4; Técnico, 2; Agronomia, 1.

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