BE denuncia morte de utente após 6 horas de espera
O caso foi hoje denunciado na Comissão Parlamentar de Saúde pelo deputado João Semedo (BE), durante uma audição do ministro da Saúde, a pedido do PCP.
Segundo o Bloco, o caso deu-se a 25 de novembro do ano passado, quando uma mulher de 67 anos foi transportada pelo INEM para o Hospital Amadora-Sintra , devido a queixas de "fortes dores no tórax, que se foram agravando".
Segundo a pergunta hoje colocada pelo BE a Paulo Macedo, a utente "não foi atendida de imediato" no hospital.
"Na triagem, foi-lhe atribuída uma pulseira amarela, ou seja, foi considerado um caso urgente, mas a utente aguardou das 16:47 até às 23:00, sem atendimento", prossegue a exposição do BE.
Esta utente começou a ser atendida por volta das 23:00: "Foi auscultada e foi-lhe colocado oxigénio".
"Quando ia ser levada a efetuar um raio-x entrou em paragem cardiorrespiratória, tendo sido levada para a reanimação. Tentaram reanimá-la durante cerca de 45 minutos, mas sem sucesso".
Em resumo, referem os deputados bloquistas, "a utente esteve mais de seis horas a aguardar atendimento na sala de espera, vindo a morrer quando começou a ser atendida"
Para o BE, esta situação é "absolutamente inaceitável" e tem "que ser averiguada até às últimas consequências".
"O falecimento de uma utente num hospital público, após mais de seis horas a aguardar para ser atendida, é incompreensível e o governo não pode desresponsabilizar-se desta ocorrência, uma vez que são da sua responsabilidade as políticas de austeridades que têm dificultado o funcionamento dos serviços e impedindo um atendimento eficaz e no tempo certo", adianta o bloco.
O BE questionou o ministro da Saúde sobre o seu conhecimento deste caso e se a Inspeção Geral das Atividades em Saúde (IGAS) "vai realizar um inquérito às condições em que se verificou este falecimento no Hospital Amadora-Sintra".