BE contra falta de autonomia no Museu de Conímbriga
"Existe um excesso de centralização que não dá resposta a questões essenciais. Veja-se que, para adquirir um parafuso ou um cano, a autorização tem de vir dos organismos centrais em Lisboa", disse o parlamentar à agência Lusa.
O deputado e vice-presidente da Assembleia da República, eleito pelo círculo de Coimbra, visitou hoje o Museu Monográfico de Conímbriga, cujo complexo de ruínas romanas está a ser alvo de uma candidatura a Património Mundial da Humanidade.
Segundo José Manuel Pureza, existe um "excesso de centralização burocrática no Instituto dos Museus e da Conservação, que dificulta uma dinâmica que a equipa gostaria de imprimir no aprofundamento dos trabalhos".
"Os diretores de museu são hoje chefes de divisão sem qualquer autonomia, o que cria dificuldades de funcionamento", referiu o deputado bloquista, que deixou o compromisso de reportar a situação ao ministro da Cultura.
O dirigente do BE adiantou que a intenção é fazer notar à tutela que museus como Conímbriga e outros têm um modelo de funcionamento que "não parece o mais adequado" e que é preciso encontrar uma solução mais versátil.
Na visita, José Manuel Pureza disse ainda que a candidatura das ruínas romanas de Conímbriga a Património da Humanidade reforça a importância e a projeção do complexo a nível nacional.
Em julho, foi editado o livro "Movimento para a Promoção da Candidatura de Conímbriga a Património Mundial da UNESCO 2013-2016", pelo Centro de Estudos Vergílio Correia, sob a coordenação de Miguel Pessoa, conservador do Museu de Conímbriga.
A estação arqueológica e o Museu Monográfico de Conímbriga, o mais visitado em Portugal fora de Lisboa, com cerca de 100 mil visitantes por ano, são o 'ex libris' do município de Condeixa-a-Nova, que já este ano abriu ao público o museu multimédia Portugal Romano em Sicó (POROS), que é uma valência complementar àquele complexo.