BCP prevê reduzir mais 250 trabalhadores já este ano
Depois de este ano terem saído quase 1.000 trabalhadores do BCP, sendo que mais de 600 foram através de rescisões amigáveis, Nuno Amado disse que agora o objetivo é haver "saídas naturais de 200 a 250 pessoas por ano".
O banqueiro justificou este plano com a menor procura de serviços bancários e o uso crescente de meios eletrónicos pelos clientes, pelo que o banco fechará agências.
Ainda assim, Nuno Amado não pôs completamente de parte um processo mais agressivo de saída de colaboradores.
"Isto não quer dizer que se as condições de enquadramento se alterarem ou se houver alguma outra evolução, as coisas não tenham de ser ajustadas", afirmou.
Nuno Amado falava aos jornalistas no final de uma audição na Comissão de Orçamento e Finanças, no parlamento, em Lisboa, no âmbito do processo de recapitalização da banca.
Já sobre a situação do país, Nuno Amado afirmou que Portugal "não pode ter uma vida melhor à custa da dívida", pelo que tem de produzir mais.
Sobre uma nova emissão de dívida pelo Estado português, o presidente do BCP disse que é "preciso que criem as condições para que Portugal possa ir mais uma ou duas vezes ao mercado", seja novamente a cinco ou a 10 anos, e considerou que o mercado "está favorável" para aceitar uma nova operação.
Ainda assim, alertou, que o país não pode perder a confiança agora conseguida.
"O que me preocupa é que esforços tenham consistência e continuidade, o pior que nos pode acontecer é haver uma recaída da nossa situação, uma perda dos investidores que agora entraram e isso tornará a retoma muito mais difícil. Mais vale fazer as coisas bem e com tempo do que à pressa e menos bem", disse Nuno Amado.