Bares abertos até madrugada geram contestação dos moradores

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As noites no centro histórico de Aveiro têm sido agitadas. Com o alargamento do horário nocturno dos bares até às 4.00, o povo anda na rua até alta madrugada. A diversão não agrada aos moradores. Queixam-se do barulho e do vandalismo. E lamentam que a Câmara Municipal não os tenha ouvido antes de tomar a decisão, ao que o vereador responsável contrapõe que se trata de um período experimental até 15 de Setembro, para depois ser elaborado um novo regulamento.

Os novos horários, em vigor desde o dia 21, aplicam-se só na zona da cidade do bairro da Beira-Mar, junto ao Mercado do Peixe e ao Rossio, onde habitam cerca de 850 pessoas. O fecho dos bares foi alargado até às 3.00 durante a semana, sendo permitida mais uma hora às sextas e sábados. Foi no dia 21 que a medida proposta pelo vereador Jorge greno entrou em vigor. Logo surgiu a contestação dos residentes na área, na sua maioria pessoas de média idade e idosos. A Junta de Freguesia da Vera Cruz e a PSP de Aveiro manifestaram-se contra o novo horário.

"A culpa não é dos bares. Têm direito ao negócio. Devia era haver mais vigilância na rua, porque o problema é quando saem à rua. Partem vidros, espalham o lixo...", disse João Henriques, 66 anos, morador na zona. A senhora Alice, proprietária de uma residencial, comunga da opinião. "Já tive que devolver dinheiro dos quartos. Os clientes não conseguem dormir. É música alta até muito tarde".

O presidente da Junta de Vera Cruz, João Barbosa, está do lado dos moradores e mostra-se, especialmente, incomodado por não ter sido ouvido: "A Câmara sempre disse que ia ouvir os moradores, a PSP e os bombeiros antes de tomar qualquer decisão. Não o fez. Os moradores têm direito a qualidade de vida."

Na reunião pública do executivo municipal, trocaram-se argumentos de forma calorosa com dezenas de moradores a marcarem presença. O vereador João Greno disse, na altura, que chegou a ser alvo de tiros de pressão de ar quando passava no bairro. "Não há nada a dizer sobre isso. Se estivesse preocupado teria feito queixa. Não vale a pena falar mais nisso", disse ao DN.

O autarca, eleito pela coligação PSD-CDS/PP que governa a câmara, considera que "não há moptivos para se esperarem problemas. "Defende que "é sempre muito difícil ser consensual". Garante que se "trata de uma experiência no terreno, a título excepcional", e por isso não foram ouvidos as partes. Mas para o regulamento em preparação, as opiniões vão contar. "Vamos falar com Junta, moradores, comerciantes e PSP".

O autarca diz compreender as razões da PSP, falta de efectivos para a vigilância durante a madrugada, mas mantém que existem condições para manter o horário.

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