Bárbara Guimarães recorre a teleassistência para vítimas de violência doméstica

Na terceira sessão do julgamento que opõe a apresentadora da SIC a Manuel Maria Carrilho, acusado de violência doméstica e difamação, Bárbara revelou sentir "receio pelas atitudes violentas" do ex-marido
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No terceiro frente a frente entre Bárbara Guimarães e Manuel Maria Carrilho (este acusado dos crimes de violência doméstica e difamação) a apresentadora da SIC continuou, como já tinha acontecido na sessão anterior, há uma semana, a ler notícias publicadas na imprensa sobre o processo de separação e divórcio, que começou em outubro de 2013.

Enquanto ia comentando as notícias que continham declarações do antigo ministro da Cultura, que se reportavam a episódios em que Bárbara terá sido vítima de ataques físicos e verbais, a apresentadora revelou que recorre, atualmente, "de vez em quando", aos serviços de teleassistência a vítimas de violência doméstica. Uma situação que, ao que apurou a nossa publicação, acontece "sempre que se sente ameaçada".

"Ainda hoje sinto receio pelas atitudes violentas que ele [Manuel Maria Carrilho] possa vir a ter. Ele não vê meios para atingir os fins. Sinto-me protegida pela teleassistência. Tenho recorrido de vez em quando", adiantou Bárbara Guimarães, explicando ainda que tenta sempre "estar acompanhada em casa".

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Um dos momentos mais tensos da sessão, conduzida pela juíza Joana Ferrer (que, tal como a própria explicou, tem a seu cargo todo o processo judicial do ex-casal) aconteceu quando Bárbara Guimarães leu uma entrevista de Manuel Maria Carrilho à revista Lux, em novembro de 2013. À época, professor de Filosofia afirmou que Bárbara era uma "ébria louca" e que o nascimento de Carlota, a segunda filha do casal, foi uma decisão não ponderada pela apresentadora da SIC. "A Carlota existe como boneca para a mãe", disse na altura Manuel Maria Carrilho.

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Depois de, com a voz embargada, ler partes da entrevista, Bárbara Guimarães disse, já a chorar: "Isto é monstruoso! Imagine, um dia, a minha filha ler isto?!". Recorde-se que o ex-casal tem dois filhos em comum, Dinis Maria, de 12 anos e Carlota, de cinco.

A próxima sessão do julgamento, na qual começarão a ser ouvidas as testemunhas do processo, está agendada para 17 de junho.

Carrilho diz que filho Dinis Maria acusou a mãe "de o espancar"

À chegada ao Campus da Justiça, em Lisboa, Manuel Maria Carrilho (habitualmente o único a prestar declarações) disse que "virá o tempo em que tudo isto será documentadamente desmentido e desmontado". "A justiça é lenta, temos que respeitar isso". "Concentrado na vida" dos filhos, Carrilho relembrou o episódio em que o filho, Dinis Maria, terá fugido de casa da mãe. "Gostava que não se esquecessem que foi por três motivos muito precisos: acusando a mãe, com quem vivia há dois anos e meio, de o espancar. Em segundo lugar, acusando a mãe de ter um estado normalmente alcoólico, de chocar contra as paredes e, em terceiro lugar, acusando a mãe de mentir sistematicamente, que é o que temos vindo a assistir aqui", disse o antigo ministro da Cultura.

No início da sessão, foi conhecida a oposição do Ministério Público em relação à proposta feita por Joana Ferrer na sessão anterior. A juíza havia proposto às partes envolvidas a possibilidade das televisões filmarem e difundirem imagens do julgamento. Tal proposta foi recusada.

Antes de Bárbara Guimarães começar a ler as peças jornalísticas, o seu advogado, Pedro Reis, classificou de "indecoroso" o comportamento de Manuel Maria Carrilho no final da última sessão. O antigo ministro da Cultura, recorde-se, fez declarações aos jornalistas, tendo dito que havia ouvido "uma série de patranhas", referindo-se às declarações de Bárbara Guimarães.

Pedro Reis requereu "a censura desta conduta, a impossibilidade de a repetir, com todas as consequências", tendo apresentado ainda documentação onde, em notícias publicadas, foram reproduzidas as declarações de Manuel Maria Carrilho. O procurador do Ministério Público indeferiu o requerimento da acusação e o professor de Filosofia foi informalmente advertido pelo tribunal.

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