Banif. Gestores do banco com contas congeladas

Antigos e atuais administradores tiveram perdas de milhares de euros. Família de Horácio Roque perdeu 45 milhões de euros
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Depois da medida de resolução no Banif, os gestores do Banif ficaram com as suas contas congeladas. Segundo adiantou ontem o semanário Sol, os administradores têm agora de provar que não contribuíram para o fim do banco que levou à medida de resolução, com a venda dos ativos bons ao Santander e a canalização dos ativos tóxicos num veículo de gestão, a Naviget.

O jornal adianta que as atas do conselho de administração do Banco de Portugal confirmam que as aplicações de membros dos órgãos sociais nos últimos dois anos não transitam para o Santander Totta. Os gestores arriscam, assim, perdas de milhares de euros em ações e obrigações: António Varela, administrador do Banco de Portugal, perde 50 mil euros que tinha em ações subordinadas do banco que não vão ser pagas. A família de Horácio Roque perde 45 milhões de euros na operação e o presidente, Jorge Tomé perde 230 mil euros em ações e 100 mil em obrigações.

A intervenção no Banif - que até aí tinha o Estado como acionista maioritário - acabou com a divisão do banco em dois e com os ativos bons a serem vendidos ao Santander Totta por 150 milhões de euros. Os ativos problemáticos transitam para um veículo de gestão de ativos que foi denominado Naviget, um banco mau - à semelhança do que foi decidido com o BES, no qual os administradores também tiveram contas congeladas e perdas de património. O Estado teve uma primeira intervenção no banco em 2013 e uma carta da Comissão Europeia à ex-ministra Maria Luís Albuquerque mostra que Bruxelas queria uma solução urgente, mas mostrou tolerância para que a saída limpa do país do programa de assistência não fosse afetada.

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