Bandeira Nazi em funeral causa polémica em Roma

A diocese de Roma expressou a sua indignação esta terça-feira depois de uma bandeira nazi ter sido hasteada sobre o caixão de uma ativista neofascista durante o seu funeral numa igreja da cidade.

Numa fotografia publicada pelo jornal La Repubblica vê-se um grupo de pessoas reunidas no exterior da igreja de Santa Lúcia, no bairro do Prati, junto do caixão coberto com uma bandeira vermelha com uma suástica.

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O funeral, que ocorreu esta segunda-feira, tinha sido feito em homenagem a Alessia Augello, membro da Forza Nuova. O grupo neofascista foi acusado de protestos violentos no centro de Roma em outubro de 2021, após visitar o gabinete e o parlamento do primeiro-ministro Mario Draghi.

Alessia Augello morreu de trombose venosa profunda aos 44 anos.

Segundo o jornal, vários membros do grupo Forza Nuova fizeram a saudação fascista durante o funeral e a polícia, que estava presente, está a investigar o sucedido.

A diocese de Roma confirmou que o caixão tinha sido envolto na bandeira nazi, a que chamou "um símbolo horrendo incompatível com o cristianismo", acrescentando que alguns dos presentes gritaram e fizeram gestos relacionados com "esta ideologia extremista". Numa declaração, a igreja condenou o incidente como "ofensivo e inaceitável".

O padre Alessandro Zenobbi expressou a sua "profunda tristeza, desapontamento e vergonha pelo que aconteceu, distanciando-se de cada palavra, gesto e símbolo utilizado fora da igreja".

A Forza Nuova foi criada em 1997 na tradição das organizações violentas e de extrema-direita ativas nos chamados "Anos de Chumbo" em Itália na década de 1970, e cresceu para uma força nacional em 2008.

O grupo é abertamente neofascista. O seu atual líder, Roberto Fiore, um pai de 62 anos com 11 filhos, foi considerado culpado na década de 1980 por crimes de subversão e fundou um movimento político armado de extrema-direita.