Banco central avisa Itália que parar reformas terá consequências

O governador do Banco Central da Alemanha, Jens Weidmann, deixou hoje um aviso aos políticos e ao eleitorado italiano, dizendo que abandonar o caminho das reformas começado por Mario Monti terá as suas consequências na vida do povo italiano.
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"Os cidadãos e o governo decidem sobre o rumo da política nacional e têm que assumir as consequências" dessa decisão, afirmou Jens Weidmann numa entrevista à revista Focus, que será publicada durante a próxima semana, citado pela agência noticiosa espanhola EFE.

O responsável considerou ainda que por "os políticos quererem por um fim às reformas ou inclusivamente uma saída de Itália do euro, os juros sobre a dívida italiana sobem", mas que isso não justifica uma intervenção do Banco Central Europeu.

Os resultados das eleições realizadas há três semanas complicaram a possibilidade de ser formado um governo estável e um dos grandes vencedores, o terceiro partido mais votado, Beppe Grillo não parece ver o futuro de Itália a passar pela zona euro.

"De facto, Itália já está fora do euro", afirmou Beppe Grillo, líder do movimento cinco estrelas, em declarações publicadas pelo jornal alemão Handelsblatt na semana passada.

Jens Weidmann na mesma entrevista à Focus insiste que cada país tem a sua quota-parte de responsabilidade e que um financiamento permanente do BCE é algo que é impossibilitado legalmente pelos tratados que criaram a instituição atualmente liderada por Mario Draghi.

O governador do banco central alemão, conhecido pelas suas duras posições contra a intervenção do BCE nos mercados de dívida e fervoroso adepto da austeridade, considera ainda que é "perigoso" pensar que o pior da crise que afeta a zona euro já terá passado e diz que esta só estará superada quando estiverem terminadas em todos os países as reformas estruturais necessárias para aumentar a sua competitividade.

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