Balões de São João, pipas e outras recordações de infância de Finok

Entre balões de fogo que se soltam só para ver e guerras de papagaios de papel porque "é preciso viver para não morrer", o artista brasileiro Finok apresenta em Portugal o seu trabalho. Tudo da rua para a galeria
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Quem for a São Paulo, mais especificamente ao bairro do Cambuci, há de ver nas suas paredes parte da obra de Finok, nome artístico de Raphael Sagarra. Há de ver, sobretudo, o verde predominante que o distingue. E que agora está aqui tão perto na exposição Enterro do Galo, na galeria Underdogs, em Lisboa, e no mural que pintou na fachada do número três da Rua Manica, Olivais Sul, Lisboa.

Encontramo-lo com o seu ar de menino, apesar dos 29 anos, a montar a exposição, por entre fios de papagaios de papel - pipas no Brasil - e balões de fogo. É brasileiro, de São Paulo, mas nasceu em Nova Iorque e passou cinco anos da sua infância em Lisboa. Foi com 15 anos que reparou nuns "meninos pintando na rua", no graffiti. "Eu não entendi o que estava acontecendo, se podia, se não podia." Começou "fazendo letra, mas não saía nada bom". Achou que podia pintar, até chegar a polícia e respetivo aviso. "Vi que era muito difícil fazer, acho que isso foi uma das coisas que me atraiu." Em 2002 juntou-se à sua crew, Vlok, onde continua a pintar como writer.

Em 2009 começaria o trabalho de ateliê. Esse que, tal como o mural que pintou em Lisboa, nada tem que ver com o graffiti, explica Finok. "O graffiti para mim é uma diversão e não existe sentido em colocá-lo dentro da galeria, porque o propósito dele é outro, é conquistar um espaço." Se alguma coisa têm em comum, observa o paulista, são as pessoas, que sempre passam em qualquer dos lugares.

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