B.B. King abandonou Lucille (1925-2015)

"Muitos tocam milhares de notas e não dizem o que tu conseguias com uma." Lenny Kravitz resumiu assim, num <em>tweet</em>, o brilhantismo do rei dos blues. B.B. King morreu ontem aos 89 anos
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A magia estava na nota, bem tremida, como só ele sabia fazer. Eric Clapton e Carlos Santana, em The Life of Riley, confessaram que a identificavam à primeira. Ontem, depois de ser conhecida a morte de B.B. King, foi Lenny Kravitz quem, no Twitter, o resumiu: "Muitos tocam milhares de notas e não dizem o que tu conseguias com uma." Aos 89 anos, há mais de vinte com diabetes e depois de ter sido internado no passado mês de abril, B.B. King despediu-se ontem. Obama, que em 2012 o recebeu na Casa Branca, também não deixou de expressar os pêsames. "Os blues perderam o seu rei, a América perdeu uma lenda."

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Tinha acabado de completar 20 anos quando deixou o trator e o campo de algodão onde trabalhava para rumar a Memphis, sozinho e com pouco mais que a guitarra. À sua espera, um primo materno, Booker White, e as esquinas da cidade onde os blues já rendiam algumas moedas. Em pouco tempo, chegaria a oportunidade de subir ao palco. Sonny Boy Williamson, bluesman e locutor na rádio local de música negra, cedeu-lhe um dos concertos que tinha agendado, uma oportunidade que King não desperdiçou. "A minha função era entreter as senhoras que vinham para a frente do palco enquanto os homens iam para as traseiras do bar jogar. Era um trabalho ótimo que que eu não queria perder", contou em Sounding Out, um documentário que a BBC lhe dedicou. E não o perdeu. Por 12 dólares a noite, ganhou o seu espaço em palco, um programa na rádio e, em 1956, o direito a gravar o primeiro disco, Singin" the Blues.

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