Benfica de Lage continua em pressão alta sobre o líder

Golos de Seferovic, Rafa e Ferro valem triunfo confortável na última saída antes da visita ao Dragão. Mas águias acabaram o jogo com dez, por expulsão de Ferro
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Sete jogos no campeonato, sete vitórias para o Benfica de Bruno Lage, que foi à Vila das Aves vencer por 3-0 na última saída da Luz antes da crucial visita ao Estádio do Dragão, daqui a duas semanas - pelo meio, os encarnados ainda têm dois jogos em casa, frente a Galatasaray (Liga Europa) e Chaves (Liga).

É inquestionável. O Benfica está forte e confiante. E isso nota-se mal o árbitro dá o apito inicial. Ainda para mais, tem um ponta de lança suíço que está de pé quente (a ferver mesmo). Por isso, e mesmo contra um D. Aves que entrava neste jogo também a atravessar uma boa fase sob a orientação de Augusto Inácio, a equipa de Bruno Lage começou a resolver as coisas ainda o relógio não marcava sequer três minutos de jogo.

Um dos jogadores recuperados pelo novo técnico encarnado, Samaris, descobriu a trajetória ideal para fazer a bola chegar açucarada aos pés de Seferovic, transformado em goleador letal nos últimos tempos, e o suíço finalizou com classe, num toque subtil por cima do guarda-redes. Simples, bonito e eficaz.

Depois de ter transportado para a Europa a fase confiante que atravessa, com uma equipa carregada de "miúdos" a dar conta do recado na Turquia, Bruno Lage resgatou o onze mais "titular" para esta visita à Vila das Aves, onde a vitória era crucial para manter distâncias para o FC Porto na luta do título. Grimaldo e Pizzi, que nem sequer tinham viajado para Istambul, voltaram à equipa, assim como Gabriel e Samaris na zona central do meio-campo, André Almeida na lateral direita e Rafa na esquerda do ataque.

O golo madrugador de Seferovic lançou a melhor versão do Benfica para bons 20 minutos iniciais, de domínio quase absoluto, perante um Aves que vira ruir cedo os planos e pensava ainda como reagir ao golpe. Pizzi, Rafa e João Félix garantiam uma mobilidade entre linhas, em zonas interiores, difícil de contrariar e a jovem pérola encarnada teve mesmo por duas vezes nos pés a oportunidade de ampliar a vantagem nesse período, mas esteve infeliz na finalização.

Golo de Rafa trava reação do Aves

No esquema de três centrais que tem utilizado desde que Augusto Inácio pegou na equipa, o Aves ajustou-se aos poucos ao desenho tático do Benfica e começou a encontrar espaços para contra-ataque, surgindo mais vezes e com mais acutilância junto à área, onde acumulou uma sequência de livres diretos que testaram a atenção de Vlachodimos e do setor recuado encarnado.

Mas foi curiosamente nessa fase em que a equipa da casa ameaçava equilibrar a partida que o Benfica chegou ao segundo golo, numa jogada em que ficou mais uma vez demonstrada a mobilidade do futebol ofensivo do Benfica, que permite encontrar espaços a qualquer altura, memos quando menos se espera. A bola passou pelos pés de Seferovic, Pizzi, Grimaldo e Félix antes de Rafa finalizar com um belo trabalho na área.

Ferro dá e tira

A vantagem de dois golos ao intervalo permitiu à equipa de Bruno Lage entrar a controlar o ritmo do jogo na segunda parte, trocando a bola em espaços mais seguros. O terceiro golo chegou pelo jovem central Ferro, na sequência de um canto, e o ânimo do Aves parecia ter ficado de rastos nos minutos seguintes, com avenidas de espaço para os contra-ataques do Benfica, que começou então a fazer raides constantes sobre a área do adversário.

Mas Ferro contra-balançou o golo marcado com uma expulsão pouco depois (sobra Ruben Dias para o jogo com o Chaves), ao agarrar um Derley em fuga, e, a jogar com dez, o Benfica teve de lidar então com um último assomo de orgulho da equipa da casa. Só que, mesmo em situações de dificuldade, esta equipa de Bruno Lage parece saber gerir os diferentes momentos e circunstâncias do jogo. E manteve a sua baliza intocável até ao fim.

O Benfica mantém-se assim a um ponto apenas do ​​​​​​​FC Porto, na luta pelo título, e agora com o Sp. Braga mais longe, depois da derrota minhota em Alvalade.

Ficha de jogo


Estádio do Clube Desportivo das Aves, em Vila das Aves.

Desportivo das Aves - Benfica, 0-3.

Ao intervalo: 0-2.

Marcadores:

1-0, Seferovic, 03 minutos.

2-0, Rafa Silva, 36.

3-0, Ferro, 59.

Equipas:

- Desportivo das Aves: Beunardeau, Ponck, Diego Galo, Jorge Felipe, Rodrigo, Vítor Gomes (Miguel Tavares, 78), Braga (Fariña, 67), Vítor Costa (Rúben Oliveira, 67), Baldé, Derley e Luquinhas.

(Suplentes: Fábio Szymonek, Defendi, Rúben Oliveira, Fariña, Mato Milos, Abdoullaye Diallo e Miguel Tavares)

Treinador: Augusto Inácio.

- Benfica: Vlachodimos, André Almeida, Ferro, Rúben Dias, Grimaldo, Samaris, Pizzi, Gabriel, Rafa (Gedson, 78), João Félix (Zivkovic, 87) e Seferovic (Jonas, 84).

(Suplentes: Svilar, Corchia, Gedson, Zivkovic, Cervi, Jota e Jonas).

Treinador: Bruno Laje.

Árbitro: Hugo Miguel (AF Lisboa).

Ação disciplinar: cartão amarelo para Rúben Dias (56), Diego Galo (71), Samaris (71), André Almeida (90). Cartão vermelho direto para Ferro (64).

Assistência: Cerca de 4.000 espetadores.

Figura

Pizzi. O médio, que na era Bruno Lage aparece no papel como o elemento mais à direita do meio-campo do recuperado 4x4x2, não perdeu por isso influência no desenho do jogo ofensivo dos encarnados. Frente ao Aves, de resto, só foi médio direito no papel. Na prática, ele percorreu todo o meio-campo, procurando zonas interiores para combinar ora com João Félix, ora com Rafa, ora para dar linhas de passe a Gabriel e Samaris. Um jogo em cheio para um médio total.

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