Autoridades em máxima força à espera do Leslie

Entre os comandos distritais da Proteção Civil e os serviços municipais houve durante a tarde reuniões para articular o reforço de meios e e elevar a capacidade de resposta
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Em todos os 13 distritos com alerta vermelho devido à passagem do furacão Leslie por Portugal continental, os comandos distritais de Proteção Civil acionaram um reforço de meios, em que a prontidão de resposta foi também elevada, e com uma atenção redobrada que se estende aos serviços municipais de proteção civil. Todos os comandos distritos reuniram o respetivo Centro de Coordenação Operacional Distrital, em que se juntam as diversas entidades, desde proteção civil, bombeiros, polícias, empresas como EDP e Altice, INEM, Forças Armadas, entre outros, para que haja uma resposta pronta e eficaz a eventuais danos.

Setúbal, Lisboa, Leiria, Coimbra, Aveiro, Porto, Braga, Viana do Castelo, Vila Real, Castelo Branco, Viseu e Guarda e Santarém são os distritos sob aviso vermelho, segundo as informações disponíveis na página na internet do IPMA. Todos seguem as recomendações a nível nacional, em que se apela às pessoas para se mantenham em casa e evitem circular na rua a partir das 19.00, hora em que se prevê o início da tempestade, tenham especiais cuidados nas zonas de maior altitude onde o vento pode ser ainda mais forte, fixem as estruturas que que não estejam bem seguras, evitem deixar bens junto a árvores.

"As principais medidas são relativas à prontidão dos efetivos e à operacionalização dos centros de comando distritais e municipais. Não definimos zonas específicas de maior risco, embora saibamos que a área mais a sul do distrito, em Peniche, Óbidos e Bombarral, possam ser mais afetadas. Mas o plano está definido para todo o distrito", explicou ao DN o segundo comandante José Fernandes, que está a dirigir as operações no Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Leiria.

Em Santarém, as medidas são muito semelhantes, com a divulgação dos alertas e das recomendações à população e aos serviços, tendo já reunido também o centro de coordenação operacional. "Não sabemos bem como o furacão irá atuar, pelo que todo o distrito está com reforço de meios e com uma prontidão mais eficaz. Não há zonas específicas com medidas mais particulares mas aplicam-se as diretivas a nível nacional: evitar andar no exterior durante a pior fase", adiantou fonte do CDOS.

Coimbra ainda tem incêndio por resolver

No caso do distrito de Coimbra, foram tomadas as mesmas medidas embora um incêndio na Lousã fosse, para já, a maior preocupação. "Para o furacão, foram tomadas as medidas normais a nível nacional. Há reforço de meios e articulação com os serviços municipais para estar tudo em prontidão máxima de resposta", explicou um responsável do CDOS ao final da tarde, altura em que o fogo em Pegada, Lousã, causava ainda apreensão apesar de já estar definido como dominado. No local estavam 280 operacionais, apoiados por 52 viaturas e 11 meios aéreos.

Francisco Peraboa, comandante do CDOS de Castelo Branco, disse ao DN que nesta área do interior as preocupações são iguais às nacionais, com maior atenção "às zonas de maior altitude onde o vento pode soprar com maior intensidade". Contudo, alerta que "não é possível prever quais serão as áreas mais atingidas" pelo que os alertas e os meios estão aplicados em todo o distrito".

O mesmo acontece em Vila Real, como adiantou Álvaro Ribeiro, comandante distrital. "As medidas foram tomadas com todas as entidades envolvidas a estarem já preparadas para dar resposta a ocorrências. Reuniu o centro de coordenação distrital e temos os corpos de bombeiros, devido à época de fogos, ainda com capacidade operacional para responder de imediato. Além dos serviços técnicos de proteção civil, a nível municipal também foi alertada a componente política, presidentes de câmara e vereadores, para terem uma atenção especial ao reforço de meios se necessário", disse.

Câmaras de Lisboa e Porto no terreno

Em Lisboa, a preocupação já foi expressa por Fernando Medina que aposta na prevenção. O presidente da câmara pede para não serem colocados os caixotes do lixo na rua esta noite e que as esplanadas sejam recolhidas até às 18.00. Foi reforçada a limpeza de sarjetas, para tentar evitar as inundações

No Porto o plano é o mesmo. A nível municipal a Câmara do Porto tem os seus serviços a acompanhar a situação e "apela ao respeito pelos perímetros de segurança que serão estabelecidos para peões junto da orla costeira e acessos aos molhes, bem como aos eventuais cortes de trânsito que seja necessário implementar nestas zonas". A agitação marítima é já elevada e a zona da Foz, como é habitual, terá ruas cortadas ao trânsito caso se justifique.

Os responsáveis distritais ouvidos pelo DN realçam todos que as medidas de auto-proteção são essenciais e apelam às pessoas para seguirem as recomendações e evitem andar no exterior a partir das 21.00. A Autoridade Nacional de Proteção Civil emitiu uma série recomendações que podem ser consultadas na sua página de facebook e no site oficial. A Proteção Civil enviou também SMS à população com os avisos e recomendações de proteção.

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