Autobiografia de Ferguson não esquece Ronaldo
O mítico treinador dos red devils confessa que foi alertado pelo seu adjunto, Carlos Queirós, para um jovem potencial a alinhar no Sporting, e que sentiu "a maior onda de entusiasmo" quando observou o extremo.
Por isso, quando soube da vontade de Cristiano Ronaldo trocar o clube inglês pelo Real Madrid teve uma reação explosiva. Terá mesmo dito ao jogador: "Prefiro dar-te um tiro", mas os dois chegaram a um acordo de cavalheiros para a transferência do internacional português.
"Numa altura em que existia a possibilidade de sair, cheguei a um acordo de cavalheiros. Estive na casa de Carlos Queiroz e ele estava inclinado a sair e disse-lhe que este ano não podia ser", revela Ferguson, acrescentando: "Sei que queres ir para o Real Madrid, mas prefiro dar-te um tiro a vender-te agora (2008). Se continuares a trabalhar como tens feito até agora, alguém irá aparecer e oferecer uma quantia recorde por ti. Nessa altura estarei disposto a deixar-te sair".
O técnico afirma ainda que Ronaldo foi o jogador mais telentoso que já treinou. "Foi o jogador mais talentoso que treinei no United. Supera todos os outros".
O treinador falou ainda de David Beckham, lamentando que o jogador não tenha sido mais bem sucedido: "Foi o único jogador que treinei que quis ser famoso fora do futebol" e esclareceu o incidente no balneário quando Ferguson pontapeou uma chuteira que provocou um corte na cara do jogador. "Ele levantou-se para vir lançado para mim e os jogadores pararam-no... Depois usou uma fita para mostrar o dano que a chuteira lhe tinha feito. Nesses dias falei com a direção a dizer que ele tinha de ir embora porque ele pensou que era maior do que eu", conta.
Quanto ao que sente pelo jogador, Ferguson fala de Beckham com admiração tendo pena que este não tenha chegado aos lugares de topo. "Não sinto rancor pelo David. Ele é um rapaz maravilhoso. Mas nunca devemos desistir daquilo em que somos bons. Ele perdeu a oportunidade de ser um dos melhores do Mundo. Nunca chegou ao nível de jogador de topo... Fiquei muito desapontado. Não há animosidade entre nós, só desilusão para mim. Eu só pensava 'o que é que estás a fazer, filho?'", escreveu.
Roy Keane também é contemplado no livro do treinador. usando um pouco de ironia, Ferguson diz que chegou a ter medo do jogador. "O Roy tem a língua mais selvagem que podem imaginar. Consegue debilitar a pessoa mais confiante do Mundo em segundos. Houve um dia em que eu estava a discutir com ele e os olhos dele começaram a ficar mais pequenos, até parecerem pequenos pontinhos pretos. Foi assustador de ver... E eu sou de Glasgow".