Autárquicas: Ricardo Gonçalves (PSD) diz que "o melhor está para vir" em Santarém

O social-democrata Ricardo Gonçalves, reeleito domingo presidente da Câmara de Santarém, festejou a vitória com mais de uma centena de apoiantes no Jardim da República, prometendo aos habitantes do concelho que "o melhor está para vir".
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A citação de uma expressão do ex-presidente norte-americano Barack Obama culminou o breve discurso que Ricardo Gonçalves fez a partir do coreto do jardim, onde foi colocado um palanque no qual se lia "Santarém. Obrigado! Pela Confiança".

"Vejo isto como uma grande responsabilidade, não é para euforias", disse Ricardo Gonçalves à agência Lusa, confessando que a ausência da CDU no executivo municipal o surpreendeu, já que "os dados que possuía" o levaram a acreditar que aos cinco eleitos do PSD se juntariam três do PS e um da CDU.

Os 27.776 eleitores (dos 51.718 inscritos) que votaram no concelho de Santarém deram a maioria absoluta ao PSD, com 43,2% (com mais um voto que em 2013), elegendo cinco mandatos, ficando o PS com os restantes quatro membros do executivo municipal, já que obteve 34,1% e mais 496 votos que há quatro anos, surgindo a CDU como a grande derrotada no concelho, ao perder 753 votos (ficou com 7,6%) e a única freguesia que detinha (Póvoa da Isenta).

O candidato do PS, Rui Barreiro, disse à Lusa que assume a "responsabilidade integral" da derrota, admitindo não ter ficado satisfeito por, apesar de ter subido a percentagem e o número de votos, não ter alcançado o resultado a que se tinha proposto.

O socialista, que já presidiu à Câmara de Santarém entre 2001 e 2005, ano em que foi derrotado por Moita Flores (o independente que "roubou" uma câmara desde sempre socialista para o PSD), sublinhou que "houve claramente uma bipolarização" nesta eleição, prometendo que o PS vai assumir o seu papel de fiscalização da gestão social-democrata.

Ricardo Gonçalves disse à Lusa que o PSD "procurará sempre trabalhar com todos" e que, a exemplo do que aconteceu há quatro anos - em que conquistou uma maioria relativa de quatro eleitos contra cinco da oposição (quatro do PS e um da CDU) - irá falar com os socialistas "para saber se pelo menos um vereador ou outro" poderão fazer parte do executivo.

O presidente reeleito lamentou "coisas que se passaram" na campanha, em que o "tentaram silenciar através da Comissão Nacional de Eleições", numa referência às denúncias apresentadas pelo PS sobre uso abusivo de meios de comunicação e das redes sociais.

Questionado sobre se o seu número dois, o deputado Nuno Serra (presidente da Distrital do PSD), irá assumir pelouros, Ricardo Gonçalves afirmou que essa questão "será vista" até à tomada de posse, que acontecerá no final do Festival Nacional de Gastronomia, a decorrer em Santarém de 19 a 29 de outubro.

Rui Barreiro disse à Lusa que vai assumir o seu lugar na vereação, "pelo menos para já", deixando à Comissão Política concelhia que será eleita dentro de seis meses a decisão sobre a sua continuidade ou não, sendo que o resultado deste domingo será analisado na próxima reunião desta estrutura.

O candidato da CDU, José Luís Cabrita, disse à Lusa que o resultado alcançado (7,6% contra os 10,3% de 2013) não era o esperado, "pelo trabalho realizado na Câmara e na Assembleia Municipal e pelo acolhimento tido antes e durante a campanha eleitoral", assegurando que o partido "vai continuar atento e vai intervir em tudo o que diga respeito às populações".

Na eleição de domingo, o candidato do CDS-PP, António Rocha Pinto, conseguiu subir a votação no partido dos 717 votos de 2013 para os 1.509 (5,4%), tendo a candidata do BE, Filipa Filipe, conquistado igualmente mais 327 votos, passando dos 2,9% para os 4,1%, enquanto Carlos Teles, do PNR (partido que concorreu pela primeira vez a Santarém), obteve 0,6% dos votos.

Das 18 freguesias do concelho, nove foram conquistadas pelo PSD (entre as quais a da cidade), seis pelo PS e três por listas de independentes.

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