Autarca diz que prostitutas eram necessidade do Japão

O presidente da Câmara de Osaka, Toru Hashimoto, descreveu como "necessário" o sistema em que mulheres asiáticas que eram obrigadas a prostituir-se em bordéis das tropas japonesas durante a II Guerra Mundial.
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"Quando os soldados arriscam a vida no campo de batalha e queres oferecer-lhes descanso, está claro que é necessário um sistema de conforto, qualquer um o compreenderia", declarou ontem o autarca em frente às câmaras das televisões nipónicas.

Hashimoto, que foi o governador mais jovem da história do Japão antes de chegar à autarquia de Osaka, admitiu que as mulheres eram obrigadas a prostituir-se contra a sua vontade nesses bordéis, mas atribuiu isso "à tragédia da guerra".

Argumentando que não existem provas de apoio oficial a este sistema de prostituição, o autarca, citado pelas agências internacionais, reafirmou: "Deve dizer-se com toda a franqueza que era necessário um sistema de mulhres de conforto".

O secretário-geral do Governo japonês, Yoshihide Suga, negou-se hoje a comentar as polémicas declarações do autarca de Osaka. Mas o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Sul não deixou de as condenar: "Estamos profundamente dececionados com o facto de um responsável por um cargo público japonês defende crimes desumanos".

Também um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Hong Lei, condenou as declarações de Toru Hashimoto. "Estamos indignados que um político japonês faça estes comentários, desafiando a justiça humana e histórica", disse, num briefing aos media.

Os historiadores estimam que 200 mil mulheres asiáticas, sobretudo oriundas da Península da Coreia ou da China, tenham servido de prostitutas às tropas japonesas.

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