"É uma espécie de Lisboacentrismo de segunda porque mais vale o original que a fotocópia, e portanto, é um erro tremendo o Portocentrismo. Vejo e todos nós conhecemos as críticas, essas sim profundas e justas relativamente ao centralismo de Lisboa e nós estamos a cair exatamente no mesmo erro. Não é bom para a Área Metropolitana, não é bom para a região, acho que é um péssimo erro, um erro tremendo que neste momento se está a cometer", observou Vítor Costa, em declarações à Lusa..Salientando que não se trata de uma crítica, "muito menos à liderança" de Eduardo Vítor Rodrigues, o autarca considera que últimas reuniões do Conselho Metropolitano do Porto são "um pouco o espelho de alguma falta de solidariedade entre os 17 membros da Área Metropolitana do Porto (AMP)", na qual, naturalmente se incluiu.."Ver, como nas últimas reuniões também aconteceu, tudo o que sejam fundos comunitários, tudo o que seja para um município pagar ou receber, imediatamente se instala um clima de competição excessiva e muito pouco solidária, o que prejudica naturalmente os cidadãos", afirmou..Vítor Costa considera que se tem caído "na tentação de um certo Portocentrismo", do qual é um "exemplo paradigmático" a iniciativa dos municípios da Frente Atlântica -- Porto, Matosinhos e Vila Nova de Gaia - "Somos Todos Ucrânia".."Eu acho que foi uma tentação de afirmação de uma Frente Atlântica que traz evidentemente divisão e que não se enquadra no espírito fundador da Área Metropolitana", afirmou, defendo que o conjunto dos municípios da AMP devem pensar na região para que não haja "municípios de primeira, de segunda ou de terceira"."Vejo com uma grande preocupação esta divisão, que não tem ficado nas reuniões do Conselho [Metropolitano]. Toda a gente começa a ficar muito atenta e interroga-se para que é que serve a Área Metropolitana?", observou..Para o autarca de Vila do Conde, esta divisão é o erro que todos devem evitar, salientando que uma AMP forte "é o motor de desenvolvimento de toda uma região e do país".."Há uma tentação muito grande do individualismo o que contraria de facto aquilo que é o espírito fundador da AMP, que eu acredito. Falo por Vila do Conde quando digo que a Área Metropolitana é absolutamente essencial no contexto regional e no contexto nacional", considerou..Na celebração destes 30 anos de existência, o autarca volta a insistir na necessidade de fazer "uma reflexão profunda e uma autocrítica", olhando para este tempo como uma oportunidade de "refundar" a Área Metropolitana do Porto.."Tenho a certeza que havendo vontade haverá certamente espaço para refundar a nossa Área Metropolitana. (...) Reduzirmos a nossa Área Metropolitana a uma questão de deve e haver é tão redutor que eu acho que, neste momento, todos nós estamos a colocar em risco o desenvolvimento da nossa região e Norte do país. Que sirvam estes 30 anos para esta reflexão", rematou, reiterando que esta uma reflexão é feita contra ninguém, mas sim contra o princípio que considera "errado".