Autarca de Sines de "consciência tranquila" com viagem a convite da Galp
O presidente da Câmara Municipal de Sines justificou esta quinta-feira a viagem a França a convite da Galp pelas "boas relações institucionais existentes com o responsável" da refinaria da empresa instalada no concelho, assegurando estar de "consciência tranquila".
"Este convite foi aceite a título particular, mas também enquanto representante deste município, na sequência das boas relações institucionais existentes com o responsável daquela unidade, que gera significativa riqueza e postos de trabalho no concelho", justifica o autarca, Nuno Mascarenhas.
No mesmo documento, Nuno Mascarenhas assegura que mantém "o empenho, a independência e a imparcialidade com que sempre tem defendido os interesses da população de Sines" e que está "de consciência tranquila".
O autarca defende-se ainda argumentando que "a polémica gerada sobre esta questão surge no seio do combate político nacional, a que o município de Sines e os seus representantes são alheios".
Também a Câmara de Santiago do Cacém justificou, na quarta-feira, a viagem do presidente do município a Lyon, em França, para o jogo da seleção nacional contra a Hungria no campeonato europeu de futebol, a convite da Galp, com as "relações institucionais" que a autarquia mantém com a empresa.
Com muitos dos trabalhadores da refinaria da Galp, instalada no complexo industrial de Sines a residir no concelho de Santiago do Cacém, a autarquia assina anualmente protocolos com a empresa, que visam "apoios anuais a grupos desportivos e culturais".
"Não existe, contudo, nenhuma dependência de ordem financeira, económica, ou qualquer outra, que ponha em causa a isenção da Câmara Municipal de Santiago do Cacém em relação à empresa Galp Energia", disse em comunicado o município.
Além dos dois autarcas, a convite da Galp viajaram para França, para assistir a um jogo da seleção nacional no campeonato europeu de futebol, os secretários de Estado dos Assuntos Fiscais, Fernando Rocha Andrade, da Indústria, João Vasconcelos, e da Internacionalização, Jorge Costa Oliveira, uma situação que tem gerado polémica desde que veio a público, mas que o Governo considerou encerrada com o reembolso dos valores das viagens por parte dos membros do executivo.