Autarca de Molenbeek proíbe manifestação de extrema-direita

"Quando lutamos contra o extremismo, lutamos contra todos os extremismos"
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A autarca da comuna de Molenbeek, em Bruxelas, confirmou hoje ter proibido uma manifestação agendada para sábado por um grupo de extrema-direita sob o lema "islamitas fora da Europa". Françoise Schepmans afirmou que serão tomadas "as medidas necessárias nos distritos policiais para evitar que grupos extremistas entrem na região de Bruxelas e possam chegar a Molenbeek", depois de estar aprovado um decreto policial para proibir qualquer manifestação na comuna.

"Os grupos extremistas não têm lugar em Molenbeek. Vivemos um período em que é necessário respeitar a reserva e o recolhimento", concluiu a autarca, citada pela imprensa belga.

Fundado em 2012 e com mais de 107 mil 'gostos' na rede social Facebook, o movimento "Génération Identitaire" apresenta-se como "político" e apela que a juventude aja para a "reconquista", face à "onda de imigração em massa". Na sua página na Internet, o movimento insta a "juventude europeia" a reunir-se, sábado à tarde, numa praça de Molenbeek para transmitir a mensagem "islamitas fora da Europa".

A comuna tem sido alvo de inúmeras operações policiais antiterroristas e foi o local onde Salah Abdeslam, um dos principais suspeitos dos atentados de 13 de novembro de Paris, foi detido. Ao canal televisivo belga RTBF, a autarca local tinha afirmado anteriormente não ter recebido qualquer pedido para a manifestação decorrer, mas que, de qualquer forma, não será autorizada. "Quando lutamos contra o extremismo, lutamos contra todos os extremismos", afirmou Françoise Schepmans.

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No passado domingo, na praça da Bolsa, na baixa de Bruxelas, um grupo de várias centenas de homens concentrou-se junto do memorial improvisado às vítimas dos atentados de dia 22 e adotou atitudes provocatórias.

A concentração terminou com uma ação policial de desmobilização do grupo, através de canhões de água, até à Estação do Norte. Para o percurso entre a Bolsa e a estação esteve agendada a 'marcha contra o medo', que as autoridades solicitaram que fosse adiada por razões de segurança. Em declarações à Lusa, um desses homens, que recusou identificar-se, garantia que em causa estavam imigrantes "que tinham tudo, sem necessidade de trabalhar".

O mesmo homem escusou-se a revelar a forma como a concentração, com elementos nomeadamente de Antuérpia e Gent, foi combinada, mas sublinhou que o grupo "está preparado para a guerra". Nos atentados morreram 32 pessoas.

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