Australianos interpõem ação contra governo por contaminação de águas e solos

Cerca de 40 mil pessoas vão processar o estado australiano porque em oito bases militares foram usados produtos que provocam cancro do fígado e doenças renais
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Milhares de cidadãos australianos vão interpor uma ação coletiva contra a contaminação de solos e águas subterrâneas decorrente do uso de produtos químicos em pelo menos oito bases militares do país.

A ação, que vai reunir cerca de 40 mil pessoas, vai dar entrada num tribunal federal antes do final do ano, disse o porta-voz do escritório de advogados responsável pelo processo.

Entre 1970 e 2000, em mais de 20 bases militares em todo o país, oito das quais são alvo da ação, foram utilizados produtos com ácido perfluorooctanóico (PFAS), já ligado a cancro do fígado, doenças renais e outros problemas de desenvolvimento.

"Os residentes que vivem em áreas contaminadas com PFAS viram os preços dos imóveis caírem, em alguns casos até 50%. Acreditamos que o Governo federal deve compensar esses moradores para que vivam em comunidades seguras", argumentou o porta-voz.

A ação tem o apoio da ativista norte-americana Erin Brockovich, que liderou um processo judicial entre 1991 e 1996 contra a Pacific Gas and Electric, por três décadas de contaminação de água potável com cromo hexavalente, em Hinkley, na Califórnia.

Por seu lado, o Ministério da Defesa australiano explicou, na página da internet, que está em curso uma investigação sobre a potencial contaminação por PFAS. O ácido foi substituído, desde 2004, por materiais menos poluentes.

"A Defesa continua a trabalhar na monitorização e gestão eficazes da contaminação por PFAS nas instalações afetadas em toda a Austrália e arredores", lê-se na página do Ministério.

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