Um grupo de mulheres na Austrália avançou com uma ação em tribunal contra a farmacêutica Bayer pelos efeitos adversos causados pelo uso do método contracetivo Essure, informaram hoje os advogados das queixosas citados pela agência de notícias Efe..A medida segue o exemplo de outras queixosas em países como Espanha, Estados Unidos ou Canadá. Em Portugal, a venda está suspensa desde julho de 2017..Em comunicado, o escritório de advogados Slater e Gordon sublinhou que o Essure, vendido como um implante "rápido, eficaz, minimamente invasivo", foi "incrivelmente prejudicial para as mulheres"..Os advogados apontam para centenas de mulheres em todo o país que sofreram complicações devido ao implante, sem especificar um número..Algumas das vítimas australianas tiveram que remover o útero após o uso do dispositivo, como resultado da sua oxidação e aumento dos níveis de níquel, o que causou problemas em outros órgãos, refere a mesma nota..As mulheres que utilizaram este implante também sofreram complicações na regularidade de seus períodos, dores abdominais, pélvicas e musculares, além da redução da libido..Uma australiana, Tanya Davidson, citada no documento, garante que viveu "oito anos de inferno" depois de o implante ter sido colocado..Davidson sofria de perda de cabelo, sangramento menstrual intenso, fadiga crónica, problemas gástricos, dor aguda nos ovários e perda de funções cognitivas.."A perda de funções cognitivas foi o que mais me aterrorizou (...). Acordo todos os dias a sentir uma nuvem no cérebro, tenho dificuldade em me lembrar de coisas simples como os nomes de objetos quotidianos", explicou Tanya Davidson.."Eu pensei que sofria de Alzheimer", acrescentou a mulher, que começou a usar o implante em 2010.