Atualização salarial de 11,1%. Patrões e motoristas de matérias perigosas chegam a acordo
Depois de ter fechado na segunda-feira o processo negocial de revisão do contrato de trabalho com a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) também chegou, esta manhã, a acordo com o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP).
O texto final do acordo, que é igual para os dois sindicatos, prevê uma atualização da tabela salarial em 11,1% para os motoristas de pesados. Além disso, o novo contrato coletivo de trabalho vertical (CCTV) , "autonomiza os capítulos referentes ao transporte nacional, outro ao internacional /ibérico e outro sobre as matérias perigosas", segundo o comunicado da Fectrans.
Além disso, "fica claro que todo o tempo, incluindo o de disponibilidade, é pago. Da aplicação deste CCTV não pode resultar uma diminuição da retribuição líquida do trabalhador", lê-se no comunicado. Neste texto são consolidados os pontos contidos no memorando de entendimento de 14 de agosto, que, além desse ajuste salarial, também atualiza "as principais cláusulas pecuniárias" em, pelo menos, 4%.
À RTP, Francisco São Bento, presidente do Sindicato de Motoristas de Matérias Perigosas, considerou que este "é um acordo histórico": "Os trabalhadores conseguiram com todo o mérito este acordo para 2020. Temos de salientar a persistência dos trabalhadores em luta em nome da direção do sindicato. Fechámos hoje um acordo acima de todas as consequências desde que começámos a greve. Deram frutos."
Segundo o sindicalista, o acordo engloba "aumentos salariais bastante significativos" e medidas que irão salvaguardar os trabalhadores em caso "de baixa médica" e a nível das futuras reformas.
O acordo deverá ser assinado "antes do final deste mês", afirma.
Os motoristas de matérias perigosas acusavam a Antram de falhar com os compromissos acordados em abril, após a primeira paralisação. O diferendo inicial tinha que ver, principalmente, com a atualização do salário-base até 2022. O Sindicato exigia passar dos atuais 630 euros para 700 euros em janeiro de 2020, aumentar para 800 euros em janeiro de 2021 e para 900 euros em janeiro de 2022. Em causa estava também o aumento do subsídio de operações dos motoristas de matérias perigosas, até aqui definido em 125 euros.