O advogado do estudante está preocupado com o efeito que esta libertação pode ter no seu estado psicológico. O adolescente estava internado em regime fechado há oito meses, mas a medida de coação acabou por caducar antes da na decisão do Tribunal da Relação de Lisboa transitar em julgado..A Relação confirmou a condenação do jovem a 30 meses em regimem fechado, mas a sentença só amanhã transita em julgado. O regresso ao centro educativo de Coimbra está agora dependente do recurso da decisão da Relação ou da ordem para cumprir a sentença. "A família ainda não decidiu se vai recorrer porque se assim for ele pode ficar em liberdade mais alguns meses, até haver uma decisão. Se não recorrer, é preciso aguardar pelo mandato de condução e isso pode demorar até ao final da próxima semana", explicou ao DN o advogado Pedro Proença..Apesar de contentes com o regresso do jovem a casa, Pedro Proença critica esta situação. "Ele já estava a adaptar-se à ideia de que ia ficar internado 30 meses no centro, estava a continuar a sua atividade escolar e de repente põem-no cá fora. Isto é preverso e para a cabeça dele é muito confuso"..Outro facto que está a preocupar a família e o advogado é "o livre acesso à internet que ele tem neste momento e através da qual pode saber tudo o que se disse sobre si nestes meses. Isso pode ser prejudical para a sua recuperação". .O ataque aconteceu a 14 de outubro, quando o jovem soltou um very-light na sala de aula e esfaqueou dois colegas e uma funcionária. Foi-lhe decretado internamento em regime fechado, em Coimbra, como medida de coação. Durante o julgamento, o Tribunal de Menores de Sintra considerou-o culpado de três crimes de homicídio na forma tentada e um de detenção de arma proibida. A medida: dois anos e meio em regime de internamento fechado..A defesa do estudante recorreu e o Tribunal da Relação tinha 15 dias (de acordo com os prazos de referência para os processos tutelares educativos) para decidir, um prazo que se esgotava no "inicio de março", mas a decisão só chegou a 1 de abril. "Este menor acabou por sair em liberdade por causa do incumprimento judicial, o que só prova que a Justiça não destingue casos de menores com os de adultos criminosos e não respeita os prazos", acusa Pedro Proença..Os pais do menor estão ainda a ponderar, dependendo "do impatco de tudo isto na saúde mental do menor", se vão apresentar queixa no Tribunal Europeu e pedir a responsabilização do Estado "pela forma como todo o processo tem sido conduzido".