Quatro ativistas climáticos partem montra da loja Gucci em Lisboa

Três rapazes e uma rapariga dirigiram-se esta manhã à montra da loja Gucci, na Avenida da Liberdade, e partiram o vidro às marretadas. A situação foi presenciada pelo novelista e escritor brasileiro. Aguinaldo Silva que postou um vídeo na rede social X. A PSP de Lisboa confirmou ao DN a ocorrência e que a jovem foi parada por populares e entregue aos agentes.
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Eram 10.25 quando quatro jovens, três rapazes e uma rapariga, em plena Avenida da Liberdade, em Lisboa, se dirigiram à montra da Loja Gucci e partiram o vidro da montra principal.

O episódio foi captado em vídeo pelo novelista e escritor brasileiro, Aguinaldo Silva, que o divulgou na rede social X.

O DN contactou o Comando Distrital de Lisboa que confirmou ter recebido nota da ocorrência desta manhã em Lisboa, estando agora a identificar a jovem que populares conseguiram parar e entregar aos agentes da autoridade quando estes chegaram ao local.

"Os três rapazes fugiram, mas a jovem foi travada por populares e entregue aos agentes da PSP e levada para a sede da 1.ª Divisão. Neste momento, estamos a identificá-la e a contactar os proprietários para sabermos se querem apresentar queixa", afirmou ao DN o oficial de serviço.

Os ativistas do Clima - que esta semana realizaram várias ações de protesto, nomeadamente no aeroporto de Lisboa, com uma jovem a agarrar-se a um avião da TAP, ou na Faculdade de Direito, ontem à tarde, num sessão em que se encontrava o ministro das Finanças, Fernando Medina, atirando-lhe com tinta verde - deixaram uma inscrição na montra a vermelho: "Partir vidro em caso de Emergência Climática."

Em comunicado, a Climáximo justifica a ação na loja da Gucci, em Lisboa, com o facto de aquela marca pertencer "ao bilionário francês François-Henri Pinault, CEO da empresa Kering, com um património líquido de 40 mil milhões de dólares e um dos homens mais ricos do mundo".

"A ONU aponta que os ultra-ricos têm de cortar mais de 97% das suas emissões, no relatório de lacuna de emissões, mas o consumo de luxo nunca esteve tão alto. É preciso acabar com o consumo e as emissões de luxo. Toda esta indústria do retalho de luxo só acentua a desigualdade na raiz da crise climática. Enquanto uns lucram com o consumo e são os mais ricos da Terra, outros são despejados e deportados", argumentam no comunicado, no qual defende "justiça de rendimentos ao serviço do clima".

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