O luso-angolano Luaty Beirão e Nelson Dibango, que fazem parte do grupo de 17 jovens ativistas angolanos, realizaram hoje, em Luanda, um protesto contra a demora na devolução dos bens apreendidos durante a sua detenção em 2015..Em declarações à agência Lusa, Luaty Beirão disse que foi cumprido um aviso que já tinha sido feito há dias, já que os ativistas começam a ficar "cansados com as curvas" que lhes estão a ser dadas, numa referência às manobras dilatórias das autoridades para a devolução dos seus bens..Luaty Beirão disse que a preocupação é sobretudo maior com os pertences dos seus familiares, retidos sem nenhuma justificação..Segundo o ativista, a sua mulher tem tido muitos prejuízos porque está a ter de devolver dinheiro a clientes, por não conseguir entregar os trabalhos que se comprometeu a fazer.."Vamos continuar a fazer ações, não sei ainda quais. Não planeamos ainda a próxima ação, mas enquanto eles não devolverem as coisas, nós vamos continuar a chamar a atenção, que nós não vamos descansar enquanto eles não fizerem, portanto, eu espero que eles percebam que vão ser atazanados até decidirem repor a legalidade", avisou..Sobre o protesto de hoje, Luty Beirão disse que o mesmo foi realizado apenas por dois dos integrantes do grupo de 17 ativistas, devido ao falecimento do pai de um dos seus colegas.."A maior parte das pessoas achou que com a morte do pai do nosso colega não se devia estar a fazer esse tipo de atividade e foram para o óbito, eu e o Dibango achamos que não eram incompatíveis, que podíamos fazer um e depois o outro, apesar de não sabermos o que poderia acontecer no primeiro", referiu..De acordo com Luaty Beirão, os dois caminharam a pé até à Cidade Alta, zona do Palácio presidencial, e lá permaneceram por quase uma hora, tendo por várias vezes sido abordados por guardas presidenciais sobre a sua permanência naquele local.."Tínhamos decidido nem esperar os 17 minutos (para completar uma hora) para não serem eles a dizerem-nos que tinha acabado o tempo e íamos ficar 12 só que aos 11 minutos quando já estávamos a preparar o discurso de agradecimento, aparece o carro da polícia", explicou..Os ativistas foram retirados daquele local e levados no carro da polícia para a casa de Luaty Beirão, depois de algumas voltas pela cidade.