Atirador de Dallas queria ser polícia. O exército fê-lo mudar de ideias
Em criança, Micah Xavier Johnson sonhava ser polícia, mas os seis anos no exército e a missão no Afeganistão transformaram-no num "hermita" revoltado. O idealismo do autor do massacre de cinco polícias durante um protesto contra a violência policial sobre negros foi sendo substituído pela desilusão e ressentimento, conta a mãe numa entrevista citada pela CBS News.
"Amava o seu país. Queria protegê-lo (...) O exército não foi o que Micah tinha pensado que seria. Ficou muito desapontado", recorda, notando a transformação do seu filho de "extrovertido" a "praticamente recluso."
James Johnson, pai do atirador, revela que, depois de ter deixado o exército, Micah começou a estudar a História dos negros e a expressar interesse pela sua herança. Na sua página de Facebook, entretanto removida, assumia-se como ativista pelos direitos da sua etnia. "New black panther party" e "African American defense league", grupos considerados extremistas nessa luta, eram duas das páginas de que Johnson "gostara" na plataforma.
Ainda assim, os familiares reforçam que os sinais de ódio por qualquer grupo étnico não eram visíveis. O pai diz-se mesmo surpreso face aos acontecimentos do passado dia 7 de julho.
As mortes de Philando Castile, no Minnesota, e Alton Sterling, no Louisiana, ambos de pele negra e baleados por polícias, terão inflamado a fúria que até aí se mantivera invisível aos olhos daqueles que conviviam com ele.
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Durante o processo de negociação com as autoridades, Micah Johnson terá, por isso, confessado que o ataque era a retribuição pelos tiroteios recentes e que desejava matar particularmente "polícias brancos". Entre gargalhadas e cantorias, o atirador terá ainda exigido que o negociador fosse negro e perguntado quantos polícias tinham sido abatidos.
Johnson matou cinco policias e feriu outros sete. As autoridades já confirmaram que os seus planos eram mais vastos, isto é, Micah possuía material explosivo suficiente para um atentado ainda maior.
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