"Atingimos o pleno. Agora temos de manter"
Dos lenços de seda à venda numa das lojas da Rua EDP às bebidas servidas no espaço VIP, passando pelas bancadas especialmente pensadas para grávidas e pessoas com mobilidade reduzida ou os bilhetes vendidos na Ilha das Flores, nada parece escapar a Álvaro Covões. Numa visita pelos cem mil metros quadrados do recinto, com sete palcos, o ponto de partida escolhido pelo diretor do festival é o Clube do Fado, uma estreia na edição de 2016 e que regressa neste ano. O Clube do Fado, fundado nos anos 1990 em Alfama pelo compositor e guitarrista Mário Pacheco, surge aqui numa recriação da EPC -Empresa Portuguesa de Cenários, como Álvaro Covões faz questão de salientar: "Por aqui vai passar o próprio Mário Pacheco, Miguel Araújo e a Carminho, entre outros." Acrescentando a outra função que o espaço tem a partir da meia-noite: "Transforma-se na maior pista de slows do país."
Novidades só mesmo o Acãopamento, serviço prestado fora do recinto, que garante cuidados aos melhores amigos dos festivaleiros. Um novo serviço que tem de ser requisitado com antecedência.
Passando da Rua EDP para o Palco Heineken, Álvaro Covões faz notar a ampla praça de restauração, com dois mil lugares sentados, onde o grande desafio é manter o espaço sempre limpo. E quando se pergunta a reação das bandas quando são convidadas para este palco secundário, argumenta: "Uma questão que pretendemos introduzir é que todos os palcos são principais. Este [o Heineken] é mais intimista e já houve quem pedisse para aqui tocar, pela ligação mais próxima com o público", conta.
Neste ano foram vendidos menos onze mil no estrangeiro, ficando pelos 22 mil de um total de 165 mil bilhetes. Não por falta de interesse, antes porque os portugueses foram mais rápidos a comprar. Aliás, Covões lembra o apoio do Turismo de Portugal, em 2016, através da campanha publicitária que promoveu oito festivais nacionais. "Foi um investimento de 250 mil euros que resultou na venda de 60 mil bilhetes. Foi um trabalho excelente que deu uma perspetiva fantástica da capacidade que tem o produto festivais na captação de turistas."
"Vamos ter aqui 55 mil pessoas por dia e em média cinco mil trabalhadores, o que dá uma média de um trabalhador por cada dez festivaleiros, o que faz de nós quase um hotel de 5 estrelas", salienta. Com a lotação do festival esgotada para os três dias, pelo segundo ano consecutivo, Covões reconhece: "Atingimos o pleno, agora temos de manter." Sem querer aumentar a capacidade, a melhoria, agora, passa pela atenção aos pormenores para que as pessoas se sintam bem no recinto, durante mais horas, e fiquem com vontade de voltar.