"Até temos um Ministério da Tolerância. E a ministra é uma mulher"
Ficou surpreendida por o seu país ser visto pelos jovens árabes como o melhor para viver?
Não fiquei surpreendida. Porque tenho muitos amigos jovens de vários países que vivem nos Emirados Árabes Unidos e estão felizes.
O que é especial nos Emirados Árabes Unidos de hoje? Conseguirem conciliar a cultura árabe com a prosperidade?
O que há de especial é serem um país cosmopolita. Com pessoas de vários países, de culturas diferentes, que vivem juntas em paz. Há muitas diferenças, mas juntos aprendemos coisas sobre as outras culturas, sobre aceitar as pessoas de outras nacionalidades. Haverá perto de 200 nacionalidades a viver nos Emirados Árabes Unidos.
Como descreveria a condição das mulheres no seu país? É melhor do que na generalidade dos países árabes?
Não posso falar pelos outros países mas a condição da mulher nos Emirados Árabes Unidos é muito boa. Temos oito mulheres ministras neste momento. Temos os mesmos direitos que os homens em termos de emprego.
Falou em perto de 200 nacionalidades a viverem nos Emirados. É fácil para os cidadãos do país, sobretudo os mais velhos, lidar com tantos estrangeiros a viver e a trabalhar, tantos turistas, tantas pessoas vindas de fora? Há uma tradição de tolerância no seu país?
Até temos um Ministério da Tolerância. E a ministra é uma mulher. Por isso aceitamos tão bem pessoas de várias países. Estamos a aprender uns com os outros.
Isto só é possível graças a todo o dinheiro do petróleo ganho durante tantos anos. Quando o petróleo acabar, o seu país vai conseguir manter esta prosperidade?
Acho que o país vai conseguir manter a prosperidade. Até porque há o plano para diversificar a economia e a aposta nas energias alternativas. Temos muitas mais coisas de que podemos depender além do petróleo, inclusive o turismo.
Como vê a violência no Médio Oriente, sobretudo o jihadismo? É uma preocupação para os Emirados ou é visto apenas como algo que acontece lá longe?
Claro que é uma preocupação para o Médio Oriente como um todo. E os Emirados Árabes Unidos promovem a moderação. Somos totalmente contra o extremismo, seja o Daesh ou outros grupos terroristas.
Fale-me de si? É a sua primeira posição como diplomata?
Sim, a primeira.
Ao fazer parte da nova geração de diplomatas dos Emirados, crê que ajuda à imagem do seu país?
As pessoas novas têm ideias novas, criatividade, uma nova forma de fazer as coisas. A perspetiva é que os jovens podem contribuir para o desenvolvimento do país.