Ataque junto a uma sinagoga na Áustria. 17 feridos e cinco mortos, incluindo um atacante
Cinco pessoas morreram e 17 ficaram feridas numa série de ataques com armas automáticas na segunda-feira à noite em Viena, segundo um novo balanço das autoridades austríacas.
"Infelizmente, uma nova vítima morreu no hospital. Isso eleva o número total de mortos para dois homens e duas mulheres", disse um porta-voz do ministério à agência de notícias AFP, somando-se ainda a morte de um agressor.
O agressor morto pela polícia aera um jovem de 20 anos, com dupla nacionalidade austríaca e da Macedónia do Norte, e já tinha uma condenação anterior por terrorismo, anunciaram as autoridades.
Pelo menos 17 pessoas ficaram feridas no ataque, segundo a agência de notícias AP.
O ataque, o primeiro em Viena em 35 anos, começou com um tiroteio por volta das 20.00 (19.00 em Lisboa) numa rua central onde fica a sinagoga principal de Viena, então fechada, e muito próxima de uma área de bares muito frequentada.
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Os atacantes deslocaram-se depois pelo centro da cidade, disparando sobre quem ocupava as esplanadas.
"Estávamos a comer e a beber, quando ouvimos os tiros. No começo pensámos que fosse fogo de artifício, mas ouvimo-los mais de perto e as pessoas reagiram com pânico", disse Petra, uma brasileira que estava na zona quando o ataque começou.
Outra testemunha, o rabino Schlomo Hofmeister, disse à agência de notícias EFE que ouviu "100 tiros" nos primeiros momentos do ataque.
"Pelo menos um atacante atirou em pessoas que estavam sentadas à frente de bares e restaurantes. As pessoas correram em pânico para dentro, mas o atacante seguiu-as e atirou lá dentro também", descreveu.
Centenas de pessoas refugiaram-se em bares e restaurantes, muito lotados porque esta terça-feira começa um novo confinamento para prevenir a propagação da covid-19.
Na Ópera de Viena, ou em salas de concerto como o Konzerthaus ou o Musikverein, muito perto da cena, milhares de pessoas permaneceram no interior durante horas, até saírem sob escolta policial.
Numa troca de tiros com a polícia, um dos autores do ataque foi morto, enquanto um agente ficou gravemente ferido.
As autoridades montaram um enorme dispositivo de segurança para localizar pelo menos um terrorista que fugiu, com dezenas de agentes das forças especiais e especializadas em ações antiterroristas a participarem nos esforços de busca, que também inclui o controlo das fronteiras.
O Governo austríaco alertou que a situação de perigo ainda não passou, e pediu aos cidadãos para não saírem de casa, a não ser que seja estritamente necessário.
O último ataque em Viena ocorreu em 1985, quando o grupo palestiniano Abu Nidal matou três pessoas e feriu 39 no aeroporto da cidade.
A Alemanha já reforçou o controlo na fronteira com a Áustria após os ataques em Viena, declarou a polícia alemã.
Um dos autores do ataque era "um simpatizante" do Estado Islâmico (EI), anunciou esta terça-feira o ministro do Interior austríaco.
"É uma pessoa radicalizada que se sentia próxima do EI", disse Karl Nehammer, em conferência de imprensa, referindo-se a um dos autores do tiroteio, que morreu numa troca de tiros com a polícia, enquanto um agente ficou gravemente ferido. Pelo menos um segundo atacante fugiu.
A polícia, que fez buscas na casa onde vivia o atacante abatido pelas forças de segurança, não descarta a possibilidade de haver mais pessoas implicadas no crime.
"Não podemos excluir que haja mais agressores", apontou o responsável da Polícia de Viena, Gerhard Pürstl, durante a conferência de imprensa.
O chanceler austríaco, Sebastian Kurz, condenou "repugnante ataque terrorista" após vários tiroteios que causaram pelo menos dois mortos, incluindo um dos atacantes, e vários feridos no centro de Viena.
"Estou feliz que os nossos polícias já tenham eliminado um dos autores. Nunca seremos intimidados pelo terrorismo e lutaremos contra esses ataques com todos os meios", afirmou o governante, que classificou os atos de "ataques terroristas nojentos".
"Jamais nos permitiremos a ser intimidados pelo terrorismo e combateremos estes ataques com todos os nossos meios", destacou através de uma mensagem publicada na rede social Twitter.
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Segundo noticia a agência AFP, Sebastian Kurz destacou ainda que o seu pensamento está com "as vítimas, os feridos e os seus entes queridos".
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, já condenou os ataques na capital austríaca, classificando-os como "cobardes".
A Europa "condena veementemente este ato cobarde que viola a vida e nossos valores humanos", escreveu na rede social Twitter.
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O presidente francês Emmanuel Macron, também expressou solidariedade com a Áustria. "Depois da França, é uma nação amiga que foi atacada", afirmou o chefe de Estado referindo-se ao ataque em Nice, que fez três mortos, e ao professor que foi decapitado por ter mostrado caricaturas de Maomé durante uma sala de aula.
"Esta é a nossa Europa. Os nossos inimigos devem saber com quem estão a lidar. Não vamos ceder em nada".
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Notícias "horríveis" e "perturbadoras" que surgem da Áustria, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão. Já o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, escreveu no Twitter que na Europa "não havia espaço para o ódio e violência".
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O Governo português, através do ministério dos Negócios Estrangeiros também condenou o atentado em Viena, realçando que "a liberdade religiosa é um valor fundamental".
"Portugal condena veementemente o atentado cometido em Viena junto de uma sinagoga. Exprimimos a nossa solidariedade para com as vítimas e suas famílias", pode ler-se na mensagem divulgada na rede social Twitter.
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Com Lusa
notícia atualizada às 07.14