Associação desmente secretária de Estado: "SIRESP falha todos os dias"

Patrícia Gaspar rejeitou terem existido falhas no sistema durante os incêndios de Leiria, falando em "má utilização dos equipamentos de rádio", mas João Paulo Saraiva diz que isso não é verdade.
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O presidente da APROSOC-Associação de Proteção Civil, João Paulo Saraiva, disse este sábado que o Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP) "falha todos os dias", desmentindo as declarações da secretária de Estado da Proteção Civil, Patrícia Gaspar.

"Ouvimos a secretária de Estado afirmar algo que não corresponde minimamente à verdade, afirmar que o SIRESP não falhou", disse Saraiva em entrevista à CNN. "E o que nós a APROSOC podemos assegurar, e é corroborado pelos operacionais que estão no terreno e por comandantes de corporações de bombeiros, é que o SIRESP falhou. Não falhou apenas em Leiria, tem falhado todos os dias", acrescentou.

"Um sistema de comunicações de emergência onde ainda precisamos dos telemóveis, não é um sistema de emergância", indicou.

Horas antes, à margem de um evento de acolhimento aos emigrantes na fronteira de Vilar Formoso, a secretária de Estado tinha dito que "não houve falhas no SIRESP" nos incêndios em Leiria. Patrícia Gaspar disse que o que aconteceu "foi, digamos, um teatro de operações de grande complexidade, com muitos operacionais, estamos a falar de centenas de operacionais, em que houve em determinados momentos uma má utilização dos equipamentos de rádio".

A secretária de Estado negou haver um "problema estruturante na rede".

Na sexta-feira, depois de a Rádio Renascença ter noticiado que durante os incêndios de Leiria os bombeiros tiveram que recorrer aos telemóveis privados, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) tinha admitido a existência de "constrangimentos pontuais", que foram "colmatados" rapidamente.

"No período temporal em que ocorreram três incêndios de grande dimensão no distrito de Leiria, foram reportados à ANEPC constrangimentos pontuais na rede SIRESP, motivados por uma sobrecarga da rede devido a uma deficiente utilização da mesma, e não associados a qualquer problema da estrutura da rede", indicou a ANEPC numa informação enviada à Agência Lusa.

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