Associação de Bombeiros mantém críticas sobre segurança

O presidente da Associação Nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP), Fernando Curto, mantém hoje as mesmas críticas que fez sobre questões de segurança no Túnel do Marquês (Lisboa) há cinco anos, quando a obra foi inaugurada.
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"Qualquer obra da natureza de túnel no coração da cidade de Lisboa nunca deveria ter sido aberta sem se realizar um simulacro dos bombeiros", disse Fernando Curto à Lusa, lamentando nunca se ter realizado qualquer exercício destes no túnel do centro da capital.

Segundo o responsável, os bombeiros "não podem ficar familiarizados com o espaço só quando vão fazer a vistoria", até porque "75 por cento da atividade dos bombeiros tem a ver com a prática" nos locais.

O presidente da ANBP defendeu que os bombeiros precisam de saber, na prática, como atuar em caso de incêndio na parte mais funda do túnel, como retirar as pessoas se o túnel estiver cheio de carros imobilizados e em caso de intoxicação por monóxido de carbono, por exemplo.

Reafirmando que "deveria haver exercícios com alguma regularidade" no Túnel do Marquês, Fernando Curto lamentou que só em Portugal "teimosamente" não se faça simulacros nesses locais.

Por outro lado, disse ainda não perceber porque é que as autoridades não divulgam os acidentes que já ocorreram no interior do túnel, acrescentando que alguns "tiveram algum aparato".

Outra situação que tem ocorrido e que também não tem divulgação, apontou, refere-se a camiões 'presos' à entrada do Túnel do Marquês.

A infraestrutura não tem altura suficiente para a entrada de camiões porque as viaturas pesadas são proibidas de entrar, mas alguns já tentaram.

"Ou os motoristas estão distraídos ou o túnel não tem informação suficiente, mas já aconteceu", disse o representante, acrescentando que depois tem de se desencarcerar o camião.

A Lusa contactou a PSP para saber quantos acidentes ocorreram no túnel desde que abriu (em abril de 2007), quantas coimas foram passadas e quais as principais infrações cometidas, mas a polícia disse que "o Túnel do Marquês de Pombal é policiado pela Polícia Municipal de Lisboa".

Contudo, a Polícia Municipal remeteu para a PSP as respostas às questões, afirmando que a PSP é que é responsável pelo policiamento do local.

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