Assad: "Terroristas" escondem-se entre refugiados que saem do país
O Presidente sírio Bashar al-Assad referiu numa entrevista hoje publicada que alguns dos milhões de refugiados que fugiram do conflito no seu país são "terroristas".
Interrogado pela Yahoo News sobre as declarações do Presidente norte-americano Donald Trump, que emitiu a mesma opinião ao considerar que elementos extremistas se escondem entre os refugiados, Assad disse: "Podem encontrar isso na Internet".
"Estes terroristas na Síria, que erguem armas ou matam pessoas, são refugiados pacíficos na Europa ou no ocidente", acrescentou.
No entanto, não precisou qual a proporção de "terroristas" entre os cerca de 4,8 milhões de refugiados sírios. "Não é necessário um número significativo para cometer atrocidades", disse ainda.
Nas suas declarações, Assad rejeitou o projeto de Donald Trump de estabelecer "zonas de segurança" para os civis na Síria.
Em janeiro, o Presidente dos EUA afirmou que o Governo norte-americano defendeu a criação de zonas seguras na Síria para acolher os deslocados sírios.
"As zonas de segurança para os sírios apenas podem ser estabelecidas quando forem garantidas a estabilidade e a segurança", assinalou o Presidente sírio. "Em locais onde não existam terroristas. Em locais onde não existe um fluxo de terroristas apoiados pelos países vizinhos ou pelos países ocidentais".
"É muito mais viável, muito mais prático e menos custoso garantir estabilidade do que criar zonas de segurança. Essa ideia não é de todo realista", afirmou Assad.
O chefe de Estado sírio assegurou que a crise dos refugiados foi provocada por atos "terroristas" apoiados por "forças estrangeiras" e pelas sanções ocidentais impostas à Síria. "Não foram apenas razões de segurança que impeliram muitas pessoas a deixar a Síria", sustentou.
Donald Trump evocou a perspetiva de "zonas de segurança" na Síria para evitar que os sírios abandonem o seu país e se refugiem em Estados vizinhos ou na Europa.
As modalidades práticas destas "zonas de segurança" não foram precisadas. Segundo os "media' norte-americanos, o Pentágono deverá estabelecer em 90 dias um plano para estabelecer estas zonas na Síria ou em países fronteiriços.