Amanhã terão início as Conferências de Primavera do Centro Científico e Cultural de Macau, que já vão na sua segunda edição e reúnem praticamente toda a comunidade científica e intelectual do país dedicada aos Estudos Asiáticos. As Conferências, de entrada livre, decorrem ao longo do mês de março e estão organizadas por temas: Macau (dias 3 e 4); China (do dia 6 ao dia 11) e restante Ásia (de 20 a 25). A sessão de abertura terá lugar na sexta-feira 3 de março pelas 11h da manhã, com a presença da Ministra da Ciência Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato; da Presidente da Fundação para a Ciência e a Tecnologia, Madalena Alves; do Embaixador da China em Portugal, Zhao Bentang; e da Chefe da Delegação Económica e Comercial de Macau, Lúcia Abrantes dos Santos..Localizado na Rua da Junqueira em Lisboa, o Centro tem por missão promover o conhecimento sobre as relações entre a Europa e a Ásia e congrega várias áreas de atuação que se interligam, como a da documentação e da museologia. Num espaço lindíssimo, virado para um pequeno jardim de estilo oriental, as novas instalações da Biblioteca Fundação Jorge Álvares do Centro Científico e Cultural de Macau foram inauguradas no passado dia 19 de dezembro, assinalando a data da transferência da Administração de Macau para a China. Trata-se da melhor e mais completa biblioteca de obras sobre a Ásia em Portugal, abrangendo campos tão variados como a História da Ásia e da Europa, Línguas da Ásia Oriental, Artes, Filosofia e Religião, Ciências Sociais, Antropologia, Geografia e Cartografia. O Museu está centrado na manifestação da Condição Histórico-Cultural de Macau nos séculos XVI e XVII, enriquecido pela exposição de uma belíssima Coleção de Arte Chinesa. O Centro de Investigação, tradicionalmente focado na área da História, abrange agora domínios como a Filosofia e as Relações Internacionais. Tudo isto é acompanhado de uma intensa oferta formativa, com cursos e oficinas que cobrem diferentes dimensões temáticas, como arte e música chinesa, bem como a caligrafia e o ensino do Mandarim e do crioulo de Macau, o Patuá. O Centro Científico e Cultural de Macau é, também, uma casa editorial, tendo coleções nas áreas da História, dos Estudos Contemporâneos e Língua e Cultura. Para além dos livros, a política editorial inclui a organização de números temáticos em revistas nacionais e internacionais, orientados pelas comunicações que os investigadores apresentam nos eventos organizados pelo Centro..O site do Centro Científico e Cultural de Macau, trilingue, inclui um Portal Académico, com informação sobre os portugueses que trabalham a Ásia. Este veio favorecer o caminho das Conferências de Primavera, que constituem o encontro científico dos especialistas na Ásia em Portugal. O espírito é o de uma anual review, viabilizando uma abordagem interdisciplinar nos vários domínios dos estudos asiáticos e das relações entre a Ásia e a Europa/Ocidente. Revelando um horizonte bastante abrangente dos temas de investigação desenvolvidos neste âmbito, as comunicações centram-se sobretudo nos períodos contemporâneo e moderno, mas não descuram o Antigo. Nos dias dedicados a Macau, é o período moderno e a análise histórica que ganham destaque, estando aqui bem vincada a vertente das interações Ásia-Europa. O programa da conferência sobre a China evidencia o peso da investigação sobre a contemporaneidade, ao nível das relações internacionais e da economia, com a abordagem de questões como as desigualdades sociais, a segurança, as matérias-primas e as dependências, o turismo e o programa espacial chinês. No entanto, também temos, para este mesmo arco temporal, comunicações nas áreas da cultura e da sociedade, da gastronomia, da literatura e da medicina tradicional chinesa. No contexto histórico, da época antiga e da moderna, estão presentes estudos sobre as religiões, a missionação, as dinâmicas de circulação ou transferências de produtos, bens e conhecimento, ou o recurso às plataformas digitais para promoção e disseminação da investigação..Importa realçar ainda o destaque atribuído aos jovens em formação, ao promover-se a apresentação das investigações levadas a cabo por doutorandos, nos dois dias que antecedem as Conferências. A sessão de abertura, dia 3 de março, inclui um painel só a eles dedicado, em que se reflete sobre o emprego científico e as suas oportunidades. O Centro Científico e Cultural de Macau atribui anualmente bolsas de doutoramento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia, incentivando a elaboração de teses sobre a Ásia. Atualmente conta com 25 doutorandos, além de estagiários e voluntários, que participam empenhadamente nas atividades do Centro.. Presidente do Centro Científico e Cultural de Macau https://www.cccm.gov.pt/