A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) e a Polícia Nacional Espanhola anunciaram hoje o desmantelamento de uma rede criminosa que se dedicava à contrafação de roupas de marca, supostamente produzidas no Norte de Portugal..A investigação, que se iniciou em julho do ano passado, culminou com a constituição de 27 arguidos - 21 em Espanha e seis em Portugal - e permitiu apurar que o material contrafeito seria para posterior transporte e venda em diversas localidades de Espanha..Numa resposta escrita enviada hoje à agência Lusa, a ASAE refere que no decurso da operação 'Aprilis' executou 11 mandados de busca domiciliários e não domiciliários em armazéns e indústrias ilegais dos concelhos de Paredes, Paços de Ferreira e Felgueiras..Os inspetores da ASAE apreenderam cerca de 38.000 artigos contrafeitos, designadamente vestuário, calçado, moldes, etiquetas, entre outros, assim como seis máquinas industriais e perto de 217.000 euros em dinheiro..A ASAE acrescenta que a operação agora finalizada decorreu num quadro de reciprocidade operacional com a Polícia Nacional Espanhola, tendo havido deslocações de inspetores de ambos os países..Os suspeitos, maioritariamente de origem estrangeira, operavam em território nacional e mantinham fortes relações comerciais com o mercado espanhol de contrafação, sustenta a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica..Segundo um comunicado da ASAE, divulgado a 10 de julho do ano passado, a operação 'Aprilis' "interrompeu um circuito de produção e distribuição, retirando do mercado nacional e espanhol uma quantidade apreciável de artigos contrafeitos, e inviabilizou alguns armazéns e locais ilegais de fabrico, reforçando assim o seu papel no combate à contrafação"..A agência de notícias espanhola EFE revelou hoje que a Polícia Nacional Espanhola deteve os restantes 21 arguidos nas localidades de Pontevedra, Corunha, Gijon, Valência e Málaga..A atividade ilícita, de acordo com as autoridades espanholas, terá rendido mais de três milhões de euros aos arguidos, acrescentando que os produtos eram contrafeitos em várias "fábricas clandestinas" em Portugal..A investigação acredita que se tratava de uma "estrutura perfeitamente organizada e liderada por um marroquino, sediada em Pontevedra, e que contava com fábricas e armazéns de coinfecção ilegal em Portugal"..O material seria depois transportado para diferentes pontos de Espanha para comercialização em ruas e mercados deste país.