As paixões da freira Lisa com muita fé
Lisa Maurer não para de receber e-mails desde que, há um mês, a CBS decidiu contar a sua história. Lisa ingressou num convento em Minnesota, em 2007, e tornou-se freira em 2012. Mas a fé nunca foi a sua única paixão. O desporto, nomeadamente o futebol americano, sempre despertou a atenção de Lisa, que agora é notícia pelo seu papel de técnica assistente no Colégio de Santa Escolástica em Duluth.
Não há registos, nos EUA, de nenhuma outra freira envolvida numa equipa de futebol americano. Lisa chegou a temer que o "chamamento" que recebeu em 2007 pudesse afastá-la do desporto, mas encontrou forma de conciliar fé e futebol americano. "Quando senti o chamamento para me tornar freira, um dos pensamentos mais dolorosos foi imaginar deixar de poder treinar. Quando nos sentimos um verdadeiro treinador não há como fugir. Durante algum tempo tive de desistir dessa parte da minha vida e senti muito, muito a sua falta", contou.
O gosto pelo futebol americano foi-lhe passado pelo pai, Gene, que a incentivou a praticar o desporto ainda em criança. "Sempre gostei de assistir a diferentes desportos. Quando o futebol americano começou a ganhar mais peso aqui, em 2008, tentei logo envolver-me", contou. Greg Carlson, treinador principal dos saints, apercebeu-se da curiosidade de Lisa, numa altura em que precisava de um adjunto para a sua equipa técnica.
[citacao:Quando senti o chamamento para me tornar freira, um dos pensamentos mais dolorosos foi imaginar deixar de poder treinar]
"Estava à procura de alguém inteligente, trabalhador e boa pessoa. De repente, a solução estava ali à frente. A Lisa é um todo. Treinar é ensinar, e ela é uma excelente professora", elogiou. O plantel, composto sobretudo por adolescentes, acolheu a ideia com entusiasmo.
Donovan Blatz, um dos caloiros da equipa, explica como é Lisa na equipa. "Mais do que uma treinadora, é alguém com quem podemos falar de tudo, a toda a hora. Ela chega e pergunta como está a namorada, a família, se está tudo bem... É muito comunicativa. Há mais do que futebol, e isso é ótimo", destacou.
Lisa Maurer já se habituou à atenção mediática. "Recebo e-mails em que me dizem que a Jen Welter [primeira mulher na NFL] me copiou. Eu digo que não, nada disso, ela está num nível completamente diferente", reconhece, embora não veja grandes diferenças entre si e outros treinadores. "Talvez eu pragueje menos!", gracejou.
Na época passada, os saints somaram dez vitórias e apenas uma derrota. Carlson partilha o sucesso com a sua adjunta. "Ajuda muito perceber o treino, o jogo, mas ela sabe encorajar as pessoas, transmite uma energia positiva. Os jogadores estão dentro de campo e conseguem ouvi--la. É engraçada, tem sentido de humor, não é alguém com quem se vá falar apenas da igreja e da fé", descreveu.