As mil e uma vidas do centenário cidadão Welles
Sempre maior do que a vida. Não há nenhuma frase tão capaz de abarcar as múltiplas e desmesuradas dimensões de George Orson Welles, de quem assinalamos agora o centenário de nascimento (6 de maio de 1915, em Kenosha, Wisconsin, a mesma cidade que apresentou ao mundo o músico Lionel Hampton, os atores Don Ameche, Scott Glenn e Mark Ruffalo, o escritor Irving Wallace). Sentou-se sempre à mesa das personagens gigantescas, já com lugar garantido na história - reis, cardeais, governantes, milionários, aristocratas, visionários, todos temperados com excessos e todos marcados pelas impressões digitais do próprio Welles -, real ou ficcionada a preceito. Melhor ou pior, chamou a si Cesare Borgia, duas vezes Benjamin Franklin, o rei Saúl, o cardeal Thomas Wolsey (conselheiro de Henrique VIII), o rei Luís XVIII de França, Miguel Ângelo (só voz), Richard Wagner (também só voz), duas vezes Winston Churchill e George Bernard Shaw. Quanto às figuras de ficção, a lista também impressiona, ao passar por Macbeth, Otelo, o rei Lear, Shylock (de O Mercador de Veneza) e Falstaff, todos do universo de Shakespeare, o pirata Long John Silver (de A Ilha do Tesouro) ou o assustador advogado de O Processo, de Kafka. Ficou satisfeito, com tal currículo? Nem pensar nisso: entre o que concluiu e o que sonhou e projetou, vai uma distância que, nos dias de hoje, parece difícil de imaginar.
Oiça aqui a polémica Guerra dos Mundos, de 1938:
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Veja aqui uma entrevista a Welles, em 1974:
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Oiça Orson Welles a apresentar Citizen Kane - O Mundo a Seus Pés (1941):
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Welles em Moby Dick:
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Veja aqui o trailer de The Third Man (1949)
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Veja aqui o trailer de Jane Eyre (1943):
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Veja aqui o trailer de Um Homem para a Eternidade (1966):
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