Eis uma fascinante premissa: uma mulher invisual, devido a um acidente na juventude, é sujeita a uma operação que, a pouco e pouco, lhe permite recuperar a visão; estranhamente, essa recuperação vai afetar as relações com o próprio marido, instalando dúvidas e inquietações...
A primeira metade do filme é um sofisticado exercício de mise en scène, elaborando as imagens (e os sons!) a partir das limitações da própria protagonista.
É pena que o desenvolvimento vá adquirindo um tom banalmente "policial" que, em boa verdade, menospreza as potencialidades dramáticas do ponto de partida. Fica a qualidade de Blake Lively na composição central e a certeza de que Marc Forster, realizador de À Procura da Terra do Nunca (2004) ou 007: Quantum of Solace (2008), continua a apostar nos projectos mais insólitos.
Classificação: ** (Com interesse)