As guerras políticas que vão adiando a reforma de Giorgio Napolitano
Uma semana antes de ser reeleito pelo Parlamento para um inédito segundo mandato como presidente de Itália, em abril de 2013, Giorgio Napolitano garantia: "Eles não me vão convencer a ficar!" Mas ficou. Tudo para resolver mais um bloqueio na política italiana. Um ano de meio depois, o chefe do Estado, de 89 anos, parece preparado para cumprir a promessa de não levar o mandato de sete anos até ao fim - teria 93 anos. Resta saber se o recente acordo entre o Partido Democrático (PD), do primeiro-ministro Matteo Renzi, e a Força Itália, de Silvio Berlusconi, para a reforma do sistema eleitoral será suficiente para manter a estabilidade e evitar as guerras políticas que têm adiado a reforma do "rei Giorgio".
Quando há dias Napolitano foi visto a sair de uma ourivesaria de Roma, onde comprara o presente de 80 anos para a mulher, Clio, curvado sobre a bengala, redobraram os boatos sobre a sua resignação. Para o Corriere della Sera, as maleitas da idade tornam cada vez mais difícil a Napolitano cumprir a agenda. Já o La Repubblica citava fonte próxima do presidente para garantir que a demissão deve ser anunciada no discurso de fim de ano e entrar em vigor no início de 2015.