As fraquezas de uma baleia digital

<em>No Coração do Mar</em>, de Ron Howard
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É bem verdade que Hollywood continua a gerar muitas maravilhas. Ainda assim, embora evitando a demagogia do mais primário anti-americanismo (artístico ou político), importa repetir uma desconcertada interrogação: como é possível que se continuem a investir milhões e milhões de dólares em produtos que se limitam a imitar os padrões dramáticos da mais rotineira televisão? Este é um desses filmes.

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Na sua origem está o livro de Nathaniel Philbrick sobre o navio Essex e a sua trágica caça à baleia, em 1820, nas águas do Pacífico - foi a odisseia do Essex que inspirou Herman Melville (1819-1891) para escrever Moby Dick (publicado em 1851). Por um lado, é-nos servida uma débil parábola sobre as fontes de energia no séc. XIX; por outro lado, a presença do banalíssimo Chris Hemsworth (Thor em algumas aventuras de super-heróis) parece querer garantir uma dimensão "épica" que nunca se materializa. Além do mais, a dependência dos mais estereotipados efeitos especiais é tal que nem sequer a baleia, no seu gigantismo digital, consegue existir como verdadeira personagem.

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