As eleições com muitos vencedores e um vencido
As eleições regionais nos Açores não podem ter grandes leituras nacionais, mas é um facto que foi Assunção Cristas a líder partidária que mais apostou nestas eleições. O CDS foi também o único partido a mudar de liderança, depois das legislativas, e aproveitou este facto para afirmar um caminho bem diferente daquele que tem estado a ser seguido pelo PSD de Pedro Passos Coelho. Nos Açores conseguiu "roubar" um deputado ao partido amigo.
É igualmente verdade que o Bloco de Esquerda levou a sério estas eleições e que foram os bloquistas a impedir o PS de repetir o resultado de há quatro anos. Mas isto muda alguma coisa no mapa da política regional? Nada! E no continente? Dá força a Assunção Cristas e a Catarina Martins.
Não é que a política seja um campeonato de futebol, mas nas noites eleitorais é quase a mesma coisa. Quem ganha sorri, quem perde por poucos disfarça e alguém tem de ser o derrotado da noite. Costuma ser o segundo, o que podia chegar ao poder e não chegou. No ano passado nas legislativas, por acaso, não foi assim, mas aqui manteve-se a maioria absoluta do PS e, por isso, o grande derrotado da noite foi mesmo o PSD. Sendo que, ainda assim, os socialistas não puderam fazer grande festa, porque a política também é gestão de expectativas e as sondagens diziam que ia ser melhor.
Aborrecida foi a noite da CDU. Ganhou as eleições nas Flores e, com isso, podia ter subido para dois deputados. Não deu. O circulo de compensação não permitiu repetir a eleição de há quatro anos. Perdeu num lado, ganhou no outro, mas o pior é que o Bloco voltou a brilhar e a crescer eleitoralmente.
Feitas as contas, à direita ganhou o CDS, à esquerda ganhou o Bloco e verdadeiramente só o PSD perdeu. O PS, feliz da vida, mantém a maioria absoluta.