As conquistas de Juliette Binoche

Chega para a semana aos cinemas <em>Ninguém Quer a Noite</em>, de Isabel Coixet, uma história verdadeira sobre a primeira mulher a conquistar o Ártico. Na <em>Notícias Magazine</em>, a conversa com a protagonista, Juliette Binoche, cada vez mais livre. Uma das atrizes mais queridas do público português também vai a Cannes nesta semana com <em>Ma Loute</em>, de Bruno Dumont.
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A resposta de Juliette Binoche à minha pergunta é uma pergunta: «O que é uma vida normal?» Comecei o encontro com aquela que é a maior atriz francesa da sua geração com uma dúvida relacionada com algo que ela disse publicamente: que tinha saído muito fragilizada da rodagem de Ninguém Quer a Noite, da catalã Isabel Coixet. Como é que se recupera o fôlego depois de terminada a difícil rodagem de um filme épico como este? De facto, nos dias de hoje, faz sentido refletir sobre isso: «O que é uma vida normal?» Sobretudo para Binoche, atriz de todos os riscos, intérprete que se atira a todos os tipos de filme e aventuras noutras áreas (artes plásticas, dança...).

«Acho que tudo faz parte da vida normal, mas, ao mesmo tempo, tudo faz parte da ficção», elabora. «De alguma forma perdemos a noção da realidade uma vez que daqui a algumas décadas já cá não andaremos. Sou da opinião de que existem outras realidades além desta. Quando estou a fazer um filme enfrento uma realidade, quando vou às compras enfrento outra. Acho que criamos nós próprios uma verdade. Por isso, no fim, o que conta é a nossa verdade interior. E é dessa verdade que somos feitos. Nesse capítulo, as palavras não são suficientes, temos de viver a vida com ações. Ações com transformação, o mais importante nesta vida. Representar é muito interessante porque permite mostrar a emoção e a transformação que todos têm de passar na vida», diz com um sorriso terno.

Em Ninguém Quer a Noite não temos a Binoche de rosto impassível de A Espera, o filme de Piero Messina que chegou em abril nem a Binoche doce e maternal de Chocolate, de Lasse Hallström. É uma Binoche mulher-coragem, bravíssima, que interpreta uma mulher de armas de um outro tempo: uma milionária excêntrica com um feminismo inabalável que se aventurou na Gronelândia para recuperar o marido. Chamava-se Josephine Peary e em 1891 foi sozinha para a paisagem mais fria do mundo para reencontrar o seu homem, o famoso explorador do Ártico, Robert Peary, tornando-se a primeira mulher numa exploração no Ártico.

Coninue a ler na Notícias Magazine.

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