As bolhas misteriosas no interior da Terra que nem os cientistas as entendem
Dois mil quilómetros abaixo dos nossos pés, no manto da Terra, existem duas bolsas de rocha líquida com o "tamanho de dois continentes", cujos detalhes são poucos conhecidos. Segundo a Earth & Space Science News (Eos), o site oficial de notícias da American Geophysical Union , estas formações misteriosas podem "conter a chave para desvendar a história do passado da Terra".
As apelidadas de "bolhas" por alguns cientistas, foram descobertas na década de 70, uma por baixo do Oceano Pacífico, a outra por baixo de África e de algumas partes do Atlântico, mas apesar de já se terem passado quase 50 anos, continuam a apresentar um grande mistério para os cientistas. Um geólogo da Universidade de Maryland, Ved Lekic, apelidou as estruturas de as "maiores coisas que existem dentro da Terra" e entristece-se por "ainda não sabemos o que são, de onde vieram, há quanto ali estão ou o que fazem".
Até à data, sabe-se apenas que as ondas sísmicas diminuem quando passam por estas zonas, que têm a extensão dos continentes e que apresentam uma altura cem vezes superior ao Monte Everest. "Se estivessem na superfície do planeta, a Estação Espacial Internacional teria de navegar ao redor delas" afirma a repórter da Eos, Jenessa Duncombe.
Recentemente, os cientistas criaram uma nova forma de olhar para dentro da Terra, a tomografia sísmica, que permitiu observar estas formações de uma forma mais detalhada - ver imagem em cima.
Os pesquisadores especulam que as bolhas podem alimentar vulcões de pontos quentes, que formam cadeias de ilhas oceânicas como o Havai. E outros cientistas questionam se podem estar na origem de erupções de vulcões, que ocorreram no passado.
"Nós sabemos menos sobre o que está abaixo dos nossos pés do que a superfície do Sol, da Lua ou de Marte", disse Paula Koelemeijer, investigadora da University College London. Pode levar décadas para perceber para que estas zonas do manto servem e quais os seus efeitos. Certo é que, atualmente, continuam no mesmo local sem se mover.