Artista que desenhou primeiro-ministro da Malásia como palhaço foi processado

Fhami Reza, de 38 anos, impulsionador da arte de rua na Malásia, incorre num ano de prisão e multa superior a dez mil euros
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O artista da Malásia Fahmi Reza, autor de uma caricatura em que desenha o primeiro-ministro, Najib Razak, como um palhaço, foi acusado hoje de violação das leis da comunicação social.

A caricatura tornou-se popular no princípio do ano, na Malásia, e encarada como uma forma de protesto contra o chefe de Governo de Kuala Lumpur alegadamente envolvido em casos de corrupção.

O artista, Fhami Reza, 38 anos, designer e impulsionador da arte de rua na Malásia foi acusado de difundir através da Internet imagens que podem ser consideradas "abusivas e ameaçadoras", segundo a acusação, incorrendo num ano de prisão e no pagamento de uma multa de mais de dez mil euros.

De acordo com o advogado de defesa, Syahredzan Jophan, a acusação "criminaliza a liberdade de expressão" e, por isso, pediu para que a queixa fosse retirada.

Entretanto, o autor dos desenhos, comunicou hoje através da rede social Facebook que vai manter a indignação política através dos desenhos e ilustrações.

"Vou continuar a defender os meus direitos de criticar os governantes corruptos usando a arte como uma arma", escreveu Fahmi Reza.

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Nos últimos meses, o artista foi alertado pelas autoridades no sentido de suspender a difusão dos desenhos em que o primeiro-ministro é caricaturado como um palhaço, com uma cara agressiva e com os lábios pintados de vermelho.

O chefe do executivo tem sido confrontado com acusações do roubo de capitais públicos, através de fundos de investimento oficiais da Malásia no estrangeiro e de ter aceitado um pagamento de 681 milhões de dólares.

Najib Razak tem negado o envolvimento no alegado caso de corrupção que está a afetar o Governo da Malásia, tendo vários ministros sido afastados do poder devido às pressões da oposição que pede transparência e um inquérito sobre o desvio de dinheiros públicos.

Najib, após as eleições de 2013, tem ordenado investigações a políticos e membros da oposição, enquanto grupos internacionais de defesa de direitos humanos alertam sobre sérios atropelos à liberdade de expressão e aos direitos democráticos no país.

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