Ariel Castro foi condenado a prisão perpétua
Durante a leitura da sentença, o juiz Michael Russo anunciou que Castro, um antigo condutor de autocarros de origem porto-riquenha, de 53 anos, nunca irá sair da prisão, destacando a condenação por homicídio qualificado, uma vez que o réu forçou por diversas vezes abortos a uma das mulheres que mantinha em cativeiro.
A par da prisão perpétua, Ariel Castro, que era acusado de 977 crimes, incluindo centenas de violações, foi ainda condenado a mais mil anos de prisão.
"Não existe nenhum lugar nesta cidade, não existe nenhum lugar neste país, não existe nenhum lugar neste mundo para aqueles que escravizam outros", afirmou o juiz Michael Russo, durante a leitura da sentença, segundo relatou a estação norte-americana CNN.
"Uma pessoa só pode morrer uma vez na prisão", reforçou o magistrado, considerando a sentença como "proporcional com o mal que [Castro] praticou".
Segundo o juiz, que salientou que Castro tratava as suas vítimas como "escravas", o réu não merece viver em comunidade, uma vez que "é muito perigoso".
Esta sentença vai ao encontro de um acordo de culpabilidade negociado na semana passada e que permitiu Ariel Castro evitar a pena de morte.
Este caso foi conhecido a 06 de maio último quando uma das vítimas, Amanda Berry, de 27 anos, conseguiu fugir com a filha de seis anos da casa onde estava sequestrada desde 2003.
Dentro da residência de Castro, a polícia encontrou duas outras mulheres, Gina De Jesus, 23, e Michelle Knight, 32, sequestradas em 2004 e 2002, respetivamente.
As três mulheres tinham sido raptadas separadamente, acorrentadas e repetidamente violadas.
Knight, a primeira a ser raptada, engravidou do suspeito pelo menos quatro vezes, segundo a acusação. No testemunho que deu à polícia, a mulher disse ter engravidado cinco vezes e que, de cada uma delas, o sequestrador a espancava e fazia passar fome para provocar um aborto.
Michelle Knight foi a única das três mulheres que compareceu presencialmente na sala de audiência do tribunal do condado de Cuyahoga, em Ohio.
"Tirou-me 11 anos da minha vida (...). Passei 11 anos no inferno. Agora o inferno dele está a começar", afirmou a mulher.
"Posso perdoar-lhe, mas nunca irei esquecer", disse Michelle Knight, chamando o sequestrador de hipócrita.
"Eu vou continuar a viver. Tu irás morrer um bocadinho todos os dias", concluiu, dirigindo-se a Castro.
Momentos depois do testemunho da vítima, o réu afirmou que não era "um monstro", mas sim "um doente" e "um viciado" em pornografia.
"Acredito que também sou uma vítima", afirmou Castro, relatando que tinha sofrido abusos sexuais quando era jovem.