Arcebispo vai lavar pés a 12 jovens institucionalizados
"A ideia é, de certa forma, chamar à ribalta os que são mais desfavorecidos, para que a sociedade os passe a olhar de forma diferente, com mais atenção, um novo olhar que se impõe sobretudo nos tempos difíceis que atravessamos", disse hoje à Lusa fonte da arquidiocese.
Nos anos anteriores, na missa da tarde da quinta-feira santa, o arcebispo de Braga lavava os pés a 12 seminaristas, uma tradição que Jorge Ortiga este ano decidiu alterar, seguindo o exemplo no novo papa.
O papa Francisco vai celebrar a missa de quinta-feira santa numa casa de correção de menores em Casal del Carmo, Roma, e lavar os pés aos prisioneiros. Este gesto inspirou Jorge Ortiga, que decidiu quebrar a tradição de Braga e lavar os pés a 12 jovens de instituições de apoio social.
"É, também, um gesto de humildade, de uma Igreja virada para os mais pobres e mais desfavorecidos, como pretende o papa Francisco", acrescentou a fonte arquidiocesana.
As celebrações da Semana Santa "mandam" que, a anteceder a Missa da Ceia do Senhor, o arcebispo lave os pés a doze pessoas, que representam os doze apóstolos de Cristo, assim se comemorando o que fez Jesus e se atualizando "a sua eloquente lição".
Segundo o evangelho, antes da festa da Páscoa, e sabendo que "chegara a hora de passar deste mundo para o Pai", Jesus lavou os pés aos seus apóstolos, num gesto de humildade, de despojamento e de amor ao próximo.
"Um gesto que hoje em dia é particularmente necessário, nos tempos difíceis que o mundo atravessa", disse ainda a fonte da Arquidiocese de Braga.