Um advogado filipino apresentou uma queixa contra o presidente Rodrigo Duterte e outros 11 membros do governo filipino no Tribunal Pena Internacional. Jude Sabio acusa o presidente de crimes contra a humanidade, cometidos durante a campanha contra a droga e traficantes que Duterte iniciou desde que tomou posse..O advogado afirma no processo de 77 páginas que Duterte "repetidamente e continuamente" cometeu crimes contra a humanidade e que, sob as suas ordens, matar suspeitos de tráfico de droga e de outros crimes tornou-se "o melhor a fazer"..Sabio é advogado de Edgar Matobato, um homem que confessou, perante o senado filipino, fazer parte de um grupo de assassinos que recebe ordens do presidente, segundo a Reuters. O testemunho de Matobato não foi levado em conta por falta de provas e os assessores do presidente disseram que se tratava tudo de uma invenção..O processo inclui, além do testemunho de Matobato, as palavras de Arturo Lascanas, um polícia reformado, de grupos ativistas pelos direitos humanos e reportagens jornalísticas. É a primeira acusação feita ao Tribunal Penal Internacional divulgada publicamente e pede que Duterte e os restantes altos membros do governo sejam julgados.."Confirmamos que recebemos uma informação", afirmou num comunicado o gabinete da procuradoria do Tribunal Penal Internacional. "Vamos analisá-la de forma apropriada. Assim que tomarmos uma decisão, vamos informar o remetente e dar razões para a nossa decisão"..Estima-se que tenham morrido cerca de nove mil pessoas desde que Duterte tomou posse, no ano passado. A polícia afirma que um terço das mortes foi em autodefesa..O presidente, que prometeu acabar com a criminalidade do país em seis meses, nega qualquer envolvimento com assassinos contratados e diz que mesmo os polícias com ordem para matar devem operar conforme a lei. .O porta-voz de Duterte, Ernesto Abella, diz que os polícias que não cumpram a lei serão levados à justiça e que é falso que tenham morrido nove mil pessoas..A queixa no Tribunal Penal Internacional é o primeiro passo para a possível abertura de uma investigação. Contudo, desde que foi criado em 2002, o Tribunal Penal Internacional recebeu mais de 12 mil queixas e levou apenas nove casos a tribunal.